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ANOTAÇÕES PARA DEPOIS DO TEMPORAL / Augusto Dias

Muitos dizem que a língua portuguesa é um dos principais símbolos de unificação nacional, mas as fronteiras continuam a surgir em âmbitos diferentes, de norte a sul do país. O Rio de Janeiro, um dia, foi nossa capital cultural, dona de suas virtudes e de suas mazelas. É nesse cenário que surge a figura curiosa do carioca típico, dono de um jogo de cintura que se perpetua num drible digno de um Romário em grande fase ou de um menino malabarista de rua.

O importante, nesse caso, é que essa maneira – apesar de tudo – contente e de uma contundência sutil deságua na linguagem como um dia escaldante no piscinão de Ramos ou no coqueirão do Leblon. Augusto Dias aparece como um Dom Quixote etnicamente bronzeado atrás de muitos cataventos e portando muitos Sancho Panças através do seu bom papo que explode, felizmente, no papel.

Vindo de São Gonçalo, morando no Méier e poetando de Niterói ao Leblon, ele toma de assalto os paradoxos dessas cidades, usando-os para dizer a que veio e tendo apenas sua sensibilidade como lança e escudo: quando narra o amor, questiona-se intrinsecamente e, ao analisá-lo, é exatamente quando deixa que o amor também o analise. Fala de dentro da cidade com o ponto de vista de quem falou com e por ela.

É a cidade nas veias, o chope consciente logo depois do passo no escuro que é se permitir e, com isso, se desarmar na poesia. Assim, recebemos a escrita deste autor que não teve pai para indicar, deste poeta que teve que juntar dinheiro para comprar seu primeiro livro, deste homem que juntou decepções para criar suas experiências e esperanças literárias, tornando viva no papel a caricatura do melhor que há de nós, por entre as praias e subúrbios desse sudeste injusto, mas ainda tropical como sua poesia.
Marcelo Yuka - Músico, compositor e poeta

Augusto Dias é de São Gonçalo, de onde saiu aos vinte anos para viver, trabalhar e amar na cidade do Rio de Janeiro. Morou em Botafogo, na Tijuca e, atualmente, pode ser visto pelo subúrbio do Méier. Não achou, ainda, obstáculos que o detivessem e, por isso mesmo, circula da Zona Sul a Oeste e respira o ar raro e de efeito das ruas da Lapa, sorvendo o sol e o sal da cidade maravilhosa. Professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, em todos os lugares aonde vai, sempre que pode, faz a sua poesia chegar, baixar e saravar. Teve seu primeiro livro lançado pelo movimento cultural Corujão da Poesia, do qual faz parte, desde a fundação, na extinta Livraria Letras e Expressões do Leblon. O texto a seguir, de Tavinho Paes, ilustra sua escrita:
Por instantes,
Entre estantes,
Livros, letras e impressões
Revelam que tudo é mutante...

E todos os DIAS
Trabalha AUGUSTO
Fazendo o que o dia
Lhe dá sem custo:
Tiquetateando-lhe ao pulso,
Como tudo que é feito com
gosto.

Trabalha entre as prateleiras
de livros,
Livros que, com ele,
Se tornam vivos,
Livros que são seus amores...

Ele terá mais um seu,
Arrumadinho entre eles,
Com tudo que escreveu.
Se isso é profecia de poeta
Seu livro será...
Presente de Deus.

Todos os DIAS
AUGUSTO vara madrugada
E os livros com ele,
Como fossem seus amuletos,
Brinquedos da criança
Que ele nunca deixou de ser.

O cara é poeta...
E sabe que a poesia
É para quem sabe crer
Que tudo que nos resta,
Entre curvas e retas,
É sobreviver,
Dia a dia,
Com o olhar de poeta.

Augusto Dias
É poeta.
Tavinho Paes - Poeta e compositor

Serviço:

Anotações para Depois do Temporal
Augusto Dias

Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-3997-0
Formato 14 x 21 cm 
152 páginas
1ª edição - 2014

Mais informações:

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