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PAXÁ, O APOSENTADO ATIVO / Akio Kimura

A estória se passa de 2005 a 2016, com idas e vindas entre o passado e o presente. Após anos de trabalho, já com aposentadoria vencida, o personagem Paulo Alexandre Lobato decide sair da empresa de vez. Ele se sentia à beira de um colapso nervoso diante dos problemas que surgiam continuadamente. Isso devido ao seu envolvimento ilícito e da empresa em pagamentos de propinas junto às obras do governo. Na realidade, havia uma coisa mais importante do que sua própria aposentadoria: resgatar o passado, além de rever seus amigos de infância — e, principalmente, ouvir novamente o seu apelido, que ele tanto amava: Paxá! Explica-se: o seu falecido pai o chamava de “Pá” e sua irmã, de “Xan”.

Um dia, seu pai padronizou o apelido para “Paxá”, e só a mãe continuou a chamá-lo de “Paulinho”. Fora isso, ele desejava continuar trabalhando, mas em outro ramo e numa empresa menor, de preferência, no bairro onde ele havia morado. O plano de reencontrar os seus amigos era imprescindível. Então, passou a prestar serviço para uma imobiliária de médio porte. Na sua mais nova função de gerente de contas a pagar e a receber, o dono, seu Vitinho, além de ter-lhe dado o poder de assinar papéis por procuração, deu-lhe a liberdade de sair livremente na rua, quando necessário, de executar a função de motoboy, pagando as contas nos bancos. E foi aí que ele passou a observar certos contratempos em filas bancárias. Na época, a fila era única; depois de algum tempo, surgiu fila para gestantes, idosos e deficientes. No decorrer dos anos, Lobato observou alguns casos de agressão verbal, reclamações e discussões fúteis em filas.

Em uma delas, surpreendentemente se envolveu sem querer, num assunto que ele sempre desaprovava. Além dessas hilárias participações em filas, ele tinha um sonho guardado: conhecer o mundo com a sua motocicleta Dekta 500. Ele também fazia parte de um clube de motociclistas chamado Vara de Pescar, que ia muito além dos passeios: os membros ensinavam pessoas de comunidades carentes, o ofício de pintor de paredes, pedreiro, carpinteiro e até de tatuador — especialidade do nosso personagem. Mas esse desejo de conhecer o mundo na fase idosa era contestado pela sua esposa, que, declaradamente, odiava motocicleta, talvez pelo temor ao perigo real e imediato. Lobato decidiu não realizar esse desejo por amor ela. Mas, um dia, uma tragédia o envolveu: o falecimento de sua mulher, logo após a sua decisão de viajar com moto. Ela também, como ele próprio, tinha muitos sonhos a realizar, um deles, o de montar um restaurante. Era outro sonho que havia se acabado entre tantos não realizados. Viúvo, ele continuava a sua rotina, até que, um dia, um de seus amigos de infância, Lui, o envolveu numa nova confusão na fila do banco, onde o seu destino havia começado a selar...

Apagou as velas do bolo, e apagaram-se, também, seus trinta anos dedicados à empresa. Não derramou uma lágrima, porque nunca foi de chorar. Enfrentou um bombardeio de emoções pelo seu aniversário, mas o aperto no peito foi maior quando deu o último olhar naquele prédio da empresa antes de chegar ao local da festa — agora estava saindo para nunca mais voltar. E quem diria que o senhor Paulo Alexandre Lobato já era… Agora, só Lobato, ou melhor, Paxá! O velho Paxá havia retornado. Tinha de colocar isso na cabeça e se vestir como os outros aposentados: bermuda, camisa social e um par de mocassins sem meias, além de uma pochete na cintura, pois esse era o uniforme da maioria. E o mais importante: retirar a máscara autoritária de gerente de empresa, que ele não aguentava mais, e viver humildemente, com humor, a sua  nova  vida…

Akio Kimura, filho mais velho, nasceu em Bilac, interior de São Paulo. A família, por questões de ordem financeira, fixou-se em Pereira Barreto, onde o pai se tornou o responsável por uma chácara de criação do bicho-da-seda e plantação de amoreira. Anos mais tarde, já com quatro filhos, a família migrou para a capital em busca de uma vida melhor, principalmente em relação aos estudos dos filhos. Estudou em escolas estaduais e federais. Aprendeu o ofício de tipógrafo na Escola Técnica Getúlio Vargas, no Brás, e, com essa profissão, custeou os seus estudos. Concluiu o curso de Comunicação – Polivalente Cinema da FAAP na década de 1970. Trabalhou como motoboy, fotógrafo, laboratorista de filmes branco e preto, e em cores. No início da década de 1990, foi decasségui durante seis anos. Atualmente, está aposentado e trabalha em escritório. Este é o seu primeiro livro de entretenimento, Paxá, o aposentado ativo, em linguagem coloquial, no qual o personagem principal presencia confusões em filas de banco e se envolve nelas.

Serviço:

Paxá, o Aposentado Ativo
Akio Kimura

Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-85-366-4904-7
Formato 14 x 21 cm 
200 páginas
1ª edição - 2017

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