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QUE EU ME LEMBRE, ERA ASSIM! / Osmar Lorencini

Como disse em uma de minhas crônicas, escrevo porque gosto, não porque saiba, então este apanhado de causos e crônicas eu dedico a todos os seus personagens, todos verídicos, e qualquer semelhança não é mera coincidência, personagens estes que fizeram parte de minha infância e de minha juventude, fizeram e fazem parte de minha história, que neste livro tento dividir com os que se propuserem a lê-lo. Osmar Lorencini.

Conta-se que o Luizão Galdino foi a uma reza de São Gonçalo. Chegou ao lugar já meio torto pelo fato de ter tomado umas a mais da conta. A reza de São Gonçalo, para quem não sabe, é formada por duas filas de pessoas, tendo à frente de cada fila um violeiro. Cantam músicas típicas, um tipo de ladainha. Chegam até o altar onde está a imagem de São Gonçalo, fazem uma reverência, retornam ao final da fila e vão novamente em direção ao altar. Na fila pode entrar quem quiser, mas tem que entrar e participar até o final. Nessa ocasião, como ia dizendo, o Luizão Galdino entrou em uma das filas e foi até chegar ao altar, onde tinha a imagem, que não chegava a dez centímetros de altura. Pequenina imagem, mas até aí tudo bem para quem levava a coisa a sério. O Luizão chegou à frente do altar, fez a reverência falando assim: “EEE BITELO, HEIN!...”. Creio que a reza acabou por aí. (José Martinho)

Nessa minha época de Banco Nacional, trabalhei com o Odair Zamboto, Jaime Soranz, Zé Manara e o Maneco gerente, com o Breja na “vigilância”. Eu era responsável pelos lançamentos, através de máquina de escrever (sim, fiz um curso de datilografia em Jundiaí), feitos em uma cartela de papelão. Tinha muitos zeros à direita nos números. O Odair era o conferente. Uma vez alguém veio sacar um cheque de um cliente que tinha um nome comum, mas que não tinha “fundos”. O Maneco, muito precavido, procurou o cliente e no papo ficou sabendo que ele tinha feito um depósito em dinheiro dias antes, mas não falou nada sobre o cheque. Fomos procurar os documentos desse dia e constatamos que realmente o depósito tinha sido feito, mas foi lançado na cartela de um homônimo. Tudo resolvido na hora. Todo mundo se conhecia na nossa outrora singela cidade.

Tempo bom né, Osmar. Na década de 60 minha família estava na dúvida se morava em São Paulo ou Jarinu, então tive que prestar essa prova em São Paulo e em Jundiaí para entrar no ginasial em escola pública, que na época era o melhor ensino. Não é exagero falar em “vestibular”, pois era muito concorrido. Na época, o curso primário ia até o 4º ano e havia o 5º ano, que se chamava “admissão”, como se fosse um cursinho para entrar na faculdade. Foi minha primeira grande responsabilidade, não podia prejudicar a escolha da família. Acabei passando nas duas e, como mudamos para Jarinu, estudei no GEVA. Era meio chato, pois ficava longe do ponto final do ônibus e eu era o único da turma que estudava lá, mas acabou sendo bom, pois também fiz o colegial e tive base para entrar na USP, também escola pública. Mas confesso que fiquei chateado por não estudar no Anchieta, pois a minha irmã Sueli e a galera toda que vinha de Jarinu estudavam lá. Eu me sentia meio afastado do social e dos assuntos comentados na nossa “jardineira”. (Moacyr Arnaldo Farah)

Fantástico Osmar, saudades dessas pessoas!!!!! Sobre Julio Zanoni: compartilhamos a mesma época de infância e adolescência, mas tinha ele o seu lado bem humano quando se tratava de lotar um caminhão e ir às cidades vizinhas visitar as casas alegres de então! (Zico Siqueira) Que bom relembrar! Também tenho boas lembranças daquela época, uma delas foi o suco de mexerica que você fez e eu fiquei com diarreia por vários dias kk. (Rosangela P. Lopes) (Elta Rubio)

Bons tempos. Ingênuos e felizes. Amizades sinceras e fiéis. Vanderletti Contesini Rother, que memória privilegiada! (Antonio Roberto de Mello Schrank Betão)

Serviço:

Que eu me Lembre, era Assim!
Osmar Lorencini

Scortecci Editora
Crônicas
ISBN 978-85-366-5352-5
Formato 14 x 21 cm  
220 páginas
1ª edição - 2017
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