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NOS TRILHOS DA POESIA / Manoel Oliveira

Nessa estação sentado
Onde o povo espera o trem
Atrasado ou adiantado
Daqui a pouco ele vem

Quantas vezes eu parado
Sempre querendo admirar
De olho esbugalhado
Trem pra lá e trem pra cá

Fui até o agente da estação
Pronto pra lhe perguntar
Que caminho ou direção
Pra aquele trem pilotar

Respondeu-me meio bruto
Querendo dificultar
Que era tudo por concurso
Que eu ia ter que estudar
Pois era de muito custo
Aquela prova passar

Foi então o que eu fiz
O tal concurso fui prestar
Pois o que eu sempre quis
Era aquele trem puxar

Em meio a tanto candidato
Cada vez maior a lista
Senti um pouco frustrado
De conseguir ser maquinista

Mas grande foi minha surpresa
Com aquele acontecimento
Já estava dentro da empresa
Fazendo meu treinamento
Depois de enfim conseguir
Meu sonho realizar
Pingava uma viagem aqui
Mais tarde outra acolá

Cada vez que eu começava
Tinha que me segurar
Meu coração se alegrava
Não queria mais parar

E o povo que eu levava
De dia pra trabalhar
Era o mesmo que voltava
De noite pra descansar

Mas o tempo foi passando
Pra rotina então chegar
As viagens aumentando
Dava até pra entediar

No mesmo trem virando
Já ia me preocupar
Pois estava me apertando
Em tempo de me molhar

Se outra coisa for pensando
Esquece e deixa pra lá
Melhor você se borrando
Do que ver o trem parar...

Manoel Oliveira
Maquinista

Desde criança já me interessava por poesias. Posso citar como exemplo minha primeira poesia, chamada “A casa”, elaborada quando tinha entre nove e dez anos de idade. Posso citar também “Não”, escrita posteriormente, também em minha infância. Já na adolescência, passei a escrever algumas letras de música que guardava numa pasta particular.

Tendo Raul Seixas como principal ídolo, juntamente com alguns companheiros pensei em montar uma banda de rock. Adquirimos alguns instrumentos para tal e até chegamos a musicar e ensaiar algumas de minhas letras, porém a ideia acabou por ficar no esquecimento devido à correria cotidiana e situação financeira, a qual nos impulsionava mais e mais ao trabalho assalariado.

Somente em 2007 retomei minhas ideias no mundo poético, já na função de maquinista. No trabalho acabei passando por algumas situações que me inspiraram a criar histórias com teor cômico e pequenos exageros, que na maioria dos casos não devem ser levados em consideração por parte dos líderes ou funcionários da ferrovia em geral por se tratar de textos fictícios.

No final de 2012 fraturei a tíbia e a fíbula num acidente e fiquei imobilizado por alguns meses. Com isso, enfim consegui ficar parado frente ao computador para dar continuidade às minhas obras. Os poemas “Geleira do esquecimento” e “Tíbia e fíbula” relatam perfeitamente essa fase. Parte do conteúdo deste livro refere-se a histórias do cotidiano ferroviário de uma maneira fictícia, porém baseada em fatos reais.

Por isso, fez-se necessário elaborar um glossário com intuito de explicar alguns termos ferroviários para que todo leitor tenha como compreender e interpretar certas palavras. Talvez haja nesse glossário termos que não sejam considerados como termo ferroviário, mas por se tratar de palavras inusitadas foram incluídos também.

Manoel Oliveira

Serviço:

Nos Trilhos da Poesia
Manoel Oliveira

Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-4452-3
Formato 14 x 21 cm  
128 páginas
2ª edição - 2017

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