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AMASTOR / Marcos Quinan

Reunidos por enfermidades e circunstâncias, um grupo heterogêneo percebendo o descaso e a desorganização com que a Tríplice Aliança comandava as operações na Guerra do Paraguai, transforma-se em um dos hospitais de sangue da campanha para, além de exercer a cura através dos preparados da sabedoria popular de dois nortistas alistados nos Voluntários da Pátria com a ajuda de uma enfermeira do corpo médico gaúcho, tirar proveito saqueado os mortos nos campos de batalha e os animais desgarrados para comercializar. Criando regras próprias de convivência se organizam em objetivos comuns e abandonam a guerra antes do fim, seguindo em direção à Bahia, evitando o litoral. À volta os coloca em contato com os primeiros moradores de cidades nascendo e dos principais garimpos da época e em muitos reencontros. A seca os leva a mudar o destino e seguir para Belém. Nos muitos anos de jornada criam laços definitivos entre eles e com a menina Idalina nascida na guerra, remanescente do grande amor de Amastor.

Foi no Piri que a viu pela primeira vez. Vendeira, mercadejando pelas ruas, com os cabelos presos pelo pente de casco e algumas marrafas soltas ao vento, muitos adornos e um ramo de jasmim emprestando cheiro. A saia rodada pelos tornozelos, o corpete de mangas curtas tufadas e o cipó-catinga oloroso, recendendo. Rés ao chão, seus pés pisavam passos de dança, ela dançava...

Um artista multimídia, timidez revelada em seu semblante sempre sereno, Marcos Quinan é um inquieto apaixonado pela arte brasileira. Autodidata, se define como um aprendiz que tem a necessidade de conhecer o Brasil em todas as suas expressões culturais e mostrá-las aonde puder. Nascido em Ipameri-GO, não esconde o orgulho de ter escolhido a Amazônia como o chão propício para expandir sua inspiração que o faz aplaudido produtor, compositor, teatrólogo, artista plástico, fotógrafo, agitador cultural e escritor. Teve, ainda, uma passagem pelo teatro, no despertar de sua vocação artística ainda jovem, lá mesmo em Goiânia onde fez parte da Agremiação Goiana de Teatro, participando ativamente da conclusão do Teatro Inacabado, na época o único teatro construído por um grupo amador no Brasil. Foi ator, iluminador, diretor e dramaturgo, fundando, com Paulo Roberto Vasconcelos nos anos 70, a “Companhia de Teatro do Autor Brasileiro”. Com Roseli Naves e Nilson Chaves, nos anos 80 a “Gravadora e Editora Outros Brasis”. Junto com Nilson Chaves, Walbert Monteiro, Conceição Elarrat e Fátima Silva em 2002 criou a “ACAM – Associação Cultural da Amazônia” e foi um dos coordenadores do primeiro Seminário Cultural da Amazônia realizado por ela no ano seguinte. Foi Secretário Executivo do Programa de Incentivo à Cultura do Estado do Pará - SEMEAR e Assessor da Presidência da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Em 2006 junto com o filho Marcelo Quinan criou a Lado de Dentro (https://ladodedentrobrasil.blogspot.com/), loja virtual dedicada à divulgação e comercialização da produção cultural brasileira, incluindo nossa cultura científica. Marcos Quinan também assinou a coluna “O Que Vem do Norte” no site – www.festivaisdobrasil.com.br e hoje publica diariamente no blog ABARIBÓ https://abaribo.blogspot.com/ seu trabalho, material de artistas novos e obras consagradas da arte e cultura brasileira, além de participar, como jurado de festivais de música na região Amazônica e interagir com grupos de artistas em oficinas e palestras sobre os mais variados assuntos da cultura brasileira, da produção e dos aspectos práticos que a envolvem (Luiz Gonzaga, Canudos, Cabanagem, Direito Autoral, Leis de Incentivo Cultural). Contudo, esse “sertanista da vida, das ideias, dos sonhos” conforme o define o jornalista Edyr Augusto Proença, só resolveu mostrar-se ao público ao atingir seu meio século de vida. Antes disso, associava sua atividade empresarial a eventos artísticos como agitador, produtor e divulgador, mas sem expor sua própria criação que hoje esta indelevelmente registrada em livros, pinturas, esculturas, fotografias, músicas e letras editadas em cd’s, uma bela produção da nossa brasilidade.

Serviço:

Amastor
Marcos Quinan

Scortecci Editora
Contos
ISBN 978-85-366-5531-4
Formato 14 x 21 cm 
172 páginas
1ª edição - 2018

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