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AFINAL, O QUE QUEREM AS MULHERES? / Vários Autores

Afinal, o que querem as mulheres? Nossos quereres são tantos que não caberiam em pouco mundo. Dependendo do dia e da hora em que nos brotam, eles podem ser mutantes até de cor. São radiantes, dependendo do humor. Quando eu tinha alguns meses, tudo que eu queria eram os lindos peitos de outra mulher. Aos seis anos, queria casar com o Papai Noel. Aos doze, queria assistir aos filmes proibidos para minha idade. Aos quinze, queria apenas que me deixassem em paz para gerenciar minha angústia. E liberdade para chorar uma vez por mês.

Certamente não há falta de coisas a querer. A partir da consciência da vida, quis e me multipliquei. Mesmo sendo uma menina, fiz duas outras meninas para também desejarem meus peitos. E me considerava maximamente feliz quando conseguia tempo para pentear os cabelos. Nessa rotina de brevidades, não queria mais nada a não ser controlar, cantarolar, consolar, acreditando que tudo era imutável e uma estável proposta, e que eu chegara a meu destino. Pensava mínimo. Quis porque quis, a todo custo, mudar minha sina. Segui a compreender o feminino – voluptuosa onda de mim se evadindo em buscas paralelas. Mudei meus desejos, inventei meus prazeres. E criei alegorias. Fui em busca de dinheiro, estudei ave-marias. Meus entendimentos foram escassos para descobrir que quem não é mulher é filho de mulher, pois não é tarefa simples compreender o caótico. É mais fácil admitir esse modelo exótico de querer ser. Um ser mulher.
Joyce Cavalccante

A frase “Afinal, o que querem as mulheres?” é atribuída a Freud, o pai da Psicanálise, que atuou no século XIX. Depois de estudar a alma feminina por longo tempo e nunca encontrar respostas convincentes, refletiu, filosofou e, meio exasperado, perguntou-se: “Afinal, o que querem as mulheres?”. Embora sem resposta, essa expressão tornou-se pop e, até os dias de hoje, é responsável por inspirar inúmeras teses, peças, obras literárias, blogs, piadas e provocações em geral. E por ser uma frase tão desafiadora foi adotada como título da décima sétima antologia organizada e chancelada pelo SER – Selo Editorial REBRA, pois ninguém melhor do que nós, que nos aglomeramos em torno da literatura criada por mulheres, para respondê-la, cada uma a seu modo e estilo. Afinal, temos consciência de que somos donas de nossas contradições, desejos e vamos dizer o que queremos e o que não queremos com clareza e talento. Segundo o escritor Jorge Luis Borges, cada livro escolhe seu leitor. Com certeza, este livro nosso acaba de escolhê-los ou escolhê-las. Portanto, só lhes resta a opção de encantar-se por meio do solitário ato da leitura. Leiam-no para fazer ainda mais perguntas.

A REBRA é uma organização não governamental que reúne em associação mais de cinco mil talentosas escritoras brasileiras, todas com o compromisso público com a literatura, a cultura e a justiça social.

Autores Participantes:
Prefácio – Edgardo Martolio
Adriana Santiago
Adriane Saltli
Andréa Gustmann
Arlinda Lamego
Beatriz H. Ramos Amaral
Betty Silberstein
Célia Lamounier de Araújo
Christina Hernandes
Cynthia Theodoro Porto
Dani de Brito
Diva Pavesi
Elaine ML Barth
Eliane Accioly Fonseca
Esther Proença Soares
Evan Bessa
Hebe C. Boa-Viagem A. Costa
Iris Sampaio
Ivone da Fonseca
Karin Massaro
Lina Vianna
Mara Gabrilli
Maria Estela Ximenes
Maria José Esmeraldo Rolim
Marilu F Queiroz
Mirian Menezes de Oliveira
Mitiko Yanaga Une
Mônicka Christi
Monica Rosenberg
Neida Rocha
Neta Mello
Rosanne Maranhão
Rosemari Boccardo
Silvia Araújo Motta
Valdice Neves Pólvora
Wilma Lima
Joyce Cavalccante

Serviço:

Afinal, o que Querem as Mulheres?
Vários Autores

Scortecci Editora / REBRA
Contos
ISBN 978-85-366-5700-4
Formato 14 x 21 cm 
104 páginas
1ª edição - 2018

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