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Sob as Asas da Aurora - de Lucília Junqueira de Almeida Prado

Consagrada autora de 65 livros infanto-juvenis, Lucília Junqueira de Almeida Prado comemora o lançamento de seu primeiro livro voltado para o público adulto.

Um romance envolvente, uma homenagem aos imigrantes japoneses que ajudaram a construir o Brasil de hoje, um resgate do passado. Essas são algumas das formas possíveis de se descrever o mais recente lançamento de Lucília Junqueira de Almeida Prado.

Entitulado “Sob as Asas da Aurora”, o livro de pouco mais de 200 páginas conta a saga de um grupo de imigrantes japoneses, que desembarcaram em terras brasileiras alimentando o sonho de fazer fortuna e retornar ao país de origem. No entanto, os rumos dessa história, baseadas nos relatos de Missayo Arassuna, personagem real que fez parte da infância da autora, foram diferentes dos planejados ainda em solo japonês.

Em uma narrativa detalhada e cheia de cores, Lucília ajuda a contar um capítulo da formação do Brasil e de sua própria história, já que conviveu com a família central de seu livro durante sua infância em uma fazenda em Conquista (MG). Tornou-se amiga de uma das filhas de Missayo, Iolanda, com quem mantém contato até hoje. “Esse livro já estava pronto, apenas esperando para ser escrito.

Ele aconteceu em um dos últimos encontros que tive com Missayo, quando aproveitei para entrevista-la sobre sua história. A proximidade do centenário da imigração japonesa, que acontece em 2008, foi o que me estimulou a finalmente contar essa história”, relata Lucília, que diz ser a parte final do romance a que usou de mais liberdade criativa.

A Autora

Paulistana, Lucília passou boa parte de sua infância na fazenda da família em Minas Gerais. Voltou à capital paulista para cursar o ginásio, de onde mudou-se novamente aos 19 anos ao se casar com o fazendeiro da região de Orlândia, Arnaldo de Almeida Prado. Foi quando ela encontrou tempo e inspiração para começar a escrever, dom que já havia sido apontado por um professor de Língua Portuguesa da juventude, José Adelino D´Azevedo. Nascido em Portugal, o professor a convidava constantemente a ler suas composições para a turma de ginásio em São Paulo, formada por 64 moças. “José Adelino foi a primeira pessoa a me incentivar a escrever”, declara a autora.

Durante sua trajetória como escritora, dedicou-se ao público infanto-juvenil. Foram 65 livros para crianças e jovens, entre eles, um de poesia. O primeiro a ser publicado foi “O Rei do Mundo”, que fez bastante sucesso. “Depois de escrita, essa história foi para a gaveta, e só foi publicada depois que um primo veio de São Paulo e me pediu para levar o material a um amigo editor”, relembra a escritora. Lucília conta que pagou pela impressão de parte dos exemplares e saiu pessoalmente distribuindo os livros pelas escolas e bibliotecas da região. A primeira edição do livro sumiu das prateleiras rapidamente. “Ver o meu livro exposto em uma livraria foi uma das grandes emoções da minha vida, chorei como fiz no nascimento dos meus filhos”, diz Lucília, que tem cinco herdeiros, todos homens. Em seguida, foi lançado “Uma Rua como Aquela”, que rendeu a autora o prêmio Jabuti, em 1971, pelo melhor livro juvenil.

A autora parou de escrever quando seu marido adoeceu, em 1988. “Meu marido, veio a falecer oito anos depois. Naquele momento, eu estava terminando meu primeiro livro adulto, ‘A Esperança Tem Muitas Faces’, que deve ser lançado ainda em junho deste ano. No entanto, deu-me um desânimo enorme. Deixei a escrita um pouco de lado e decidi viajar pelo mundo”, recorda a escritora, que conheceu o Alaska, a Terra do Fogo, as ilhas gregas e uma série de outros lugares, totalizando 11 viagens mundo afora.

Anos depois, Lucília foi procurada pela Editora Planeta, que publicou três histórias adolescentes já consagradas escritas pela autora: “Um Balão Amarelo”, “Uma Rua Como Aquela” e “O Amor é Um Pássaro Vermelho”. Naquele momento, decidiu que passaria a dedicar seu tempo à produção literária voltada para o público adulto. Foi quando tirou da gaveta e concluiu “A Esperança Tem Muitas Faces” e escreveu “Responda à minha Ternura”, um romance passado nos pampas gaúchos ainda inédito. Na seqüência, Lucília deu vida ao “Sob as Asas da Aurora”, o primeiro deles a chegar às livrarias, que será lançado oficialmente na cidade durante a 8ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, que acontece entre 6 e 15 de junho.

A autora ainda promete uma série de livros que reunirão cerca de 50 contos produzidos ao longo de toda a carreira.  O primeiro deles, “Cheiro de Terra”, deve ser lançado ainda este ano. O segundo, “A Vida tem Alvoradas”, também já foi enviado para edição, mas não tem previsão de lançamento. “O Sonho de Cada Um”, será o terceiro e último livro da série. “São textos escritos há muitos anos que decidi corrigir, melhorar e lançar apenas agora”, explica a autora. Esses são apenas alguns dos projetos recentes de Lucília, que promete outros dois trabalhos a serem lançados antes do Natal. “Vão se chamar ‘Presente de Natal’ e ‘Duas Novelas de Amor’, que também reunirão contos”, adianta.

Entre as leituras preferidas da escritora, estão Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, especialmente por seu “Tempo e o Vento”. O inglês Graham Greene é um dos estrangeiros preferidos da autora, ao lado de Somerser Maugham.

Os Primeiros Passos



Foi ainda nos tempos de colégio que Lucília escreveu sua primeira história. “O Ipê Floresce em Agosto” passava de mão em mão durante as aulas do Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, conhecido como “Dês Oiseaux”, onde Lucília concluiu o ginásio. “Minhas amigas iam sugerindo que caminho eu devia dar à história, mas eu sempre escrevia o que eu achava que queria”, recorda brincando.

Portanto, o primeiro livro da autora foi, na verdade, dirigido ao público adulto. “Reescrevi essa história muitos anos depois, que será lançado no livro de contos ‘Duas Novelas de Amor’”, afirma a escritora. Para as correções do material, Lucília conta com a professora Hanna. “Ela é uma professora formidável aqui em Ribeirão Preto, e vai ficar orgulhosa de ver o nome dela nessa matéria”, acrescenta.

Sobre as particularidades do público infanto-juvenil, que fora até agora o principal leitor de suas obras, Lucília diz ser este um público bastante exigente, que quer agilidade, fantasias e não gosta de grandes dissertações. “Aprendi a escrever diálogos curtos e rápidos, o que não abandonei nos meus textos para o público adulto. Nos infantis, os diálogos contam boa parte da história”, afirma. Entre os ingredientes que não podem faltar estão o mistério e o suspense. “A capa é outro item importantíssimo. Capa bonita vende livro”, garante a autora.

Segundo Lucília há três figuras fundamentais para que a criança se torne um leitor. “A primeira é deixar que a criança veja os pais com o livro na mão, pois de nada adianta comprar diversos exemplares para enfeitar a estante”, recomenda. Desmistificar o livro, misturá-lo aos outros brinquedos e deixar que a criança descubra o gosto pelas letras e figuras faz parte desse processo.”A segunda pessoa que deve estimular a criança é a professora, incentivando a leitura em sala de aula”, argumenta Lucília. O terceiro indivíduo indispensável é o próprio autor, que deve se esforçar para abordar em seus livros os temas de interesse dos pequenos.

Lucília garante que escrever para o público infanto-juvenil é mais complicado. “Você precisa imaginar como se fosse o próprio leitor e ler aquela história com os olhos dele”, conclui.

Jogo Rápido

Qual a grande Realização de uma escritora?
Ser conhecida no mundo inteiro.

O que não pode faltar a um bom livro?
Amor, pois ele é a manivela da vida.

O que gosta de fazer quando não está escrevendo?
Adoro ver filmes, ler, jogar baralho e fazer bolsinha de fuxico.

Um livro de cabeceira?
Poesias de Olavo Bilac.

Um filme que recomenda?
São tantos, que vou acabar citando “E o Vento Levou”, “As Pontes de Madison” e “Um Sonho de Liberdade”.

O que mais admira nas pessoas?
A amizade, um amigo vale ouro.

O que menos admira?
A mentira.

Um lugar em Ribeirão Preto?
Um dos lugares que mais sinto saudade na cidade é de um restaurante, JR Bosque, se não me engano, localizado num grande barracão no meio do bosque Ribeirão, um lugar lindo e agradável onde era possível comer bem, ouvir boa música e dançar. Gostaria de dar sugestão ao prefeito: que tal recriar aquele espaço?

Fonte: Revista Revide Vip. Edição 404 - nº22, 30 de maio de 2008. Matéria de Luiza Meirelles.


Serviço:

Sob as Asas da Aurora
Lucília Junqueira de Almeida Prado
Scortecci Editora / Editora Conquista
Ficção
ISBN 978-85-366-1056-6
Formato 16 x 23 - 208 págs.
1ª edição - 2008
2ª edição - 2008

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