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CAMINHOS DO COTIDIANO / Manoelzinho Moreira

Narrar e poetizar valores do cotidiano é mais difícil. Dizem que os poetas e escritores devem buscar o que está escondido dos olhares comuns. Por isso, o esforço em encontrar o “novo” torna-se uma obrigação e, às vezes, um obstáculo ao encontro dos leitores e ouvintes com o mundo concreto que se deseja narrar e poetizar. No entanto, esse mundo concreto continua a ser o desafio. Nele nascemos, amamos, trabalhamos e morremos. É a ele que deveríamos voltar nossos olhos para revelá-lo por meio da lembrança, alterá-lo pela crítica, fazê-lo lugar de esperança pelo estímulo e pelo alerta. Manoelzinho Moreira não escapa ao concreto. De dentro dele, esse trabalhador-poeta e poeta-trabalhador, nos anuncia que sua memória está alerta, seu senso de amor é vigilante, sua dúvida faz-se tomada de posição. Na leitura de sua obra vemos que ele inicia pela afirmação de sua condição e termina refletindo sobre a cidadania; entre uma e outra, o desfile de situações concretas iluminadas pela inteligência do poeta-cronista: às vezes a palavra de tradição cristã é destacada e noutros textos fala o crítico a expor contradições sociais. Não há uma régua que meça o ritmo sensível do poeta, nem que lhe imponha um modo exclusivo de ser, porque precisamente esse mundo concreto do cotidiano o impulsiona a não afastar-se de seus e suas companheiras de caminhada. Toda essa gente – e o poeta juntamente – caminha pelas mãos do cristianismo, chora a morte de Tancredo, refuga as drogas, alerta (mesmo em tom baixo) os políticos, sente saudades. Louva e critica por sua presença viva, também presente nas linhas e entrelinhas do texto. O fato é que o poeta extrapola o universo do trabalho, porque o ato de trabalhar comporta muitas janelas e portas, donde se vê e por onde se encontra com a memória, as injustiças, os pequenos gestos de amor, o desejo de dizer o que sente o coração e a necessidade de alertar. Então, o poeta, representante de tantos outros e tantas outras, diz as coisas que a sua comunidade gostaria de dizer. E no dizer marca novos sinais para o mundo acostumado a trabalhar. Manoelzinho faz do concreto o local do encontro com outras formas de trabalho, onde se juntam mãos, inteligência, corpo, espírito, companheiros e companheiras. Ali, onde a vida grita a sua presença de modo crescente e contínuo. Sua poesia é um modo melhor de viver.

O poeta e escritor Manoel Silva Moreira é literariamente conhecido como Manoelzinho Moreira. Nasceu no dia 29 de abril de 1953, em Itiruçu, estado da Bahia. Filho de Faustino Francisco Moreira e Nair Silva Moreira. Aos sete anos de idade mudou-se para Montanha, cidade que fica no interior do estado do Espírito Santo, e aos dezenove anos veio para São Bernardo do Campo onde reside até hoje. Manoelzinho é metalúrgico, trabalhou vinte anos na Mercedes Benz do Brasil como controlador de qualidade e torneiro mecânico, é autodidata em literatura. Foi um dos Coordenadores da comunidade MUC (Mocidade Unida em Cristo), voluntário do CVV (Centro de Valorização a Vida) e vencedor do concurso de redação da Fundação Bradesco quando estava concluindo o segundo grau. Foi aluno do Curso GEFAP (Gerenciando o Falar em Público). É bacharel em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo. É um homem honesto e trabalhador, criador de cultura, incentivador da leitura e preservador do meio ambiente. 

Serviço:

Caminhos do Cotidiano
Manoelzinho Moreira

Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-7273-050-1
Formato 14 X 21 cm - 104 páginas
5ª edição - 2009

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