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MUITA PROSA, POUCO VERSO / Amanda S. Fernandes

Primeiramente há que se dividi-la mesmo, como o titulo, tanto em prosa como em verso também na vida. A Amanda da prosa é e uma eximia esgrimista. Presenciá-la é assisti-la. Seus argumentos desprendem-se na direção do vento e o tomam as rédeas, indo para quem deseje. A beleza de seus movimentos, mentais e ainda sólidos, hipnotiza qualquer interlocutor desavisado. Na prosa, seu eu-lirico feminino é mais jovem, e parece que descobrindo o amor, vai-se despindo da vida, ou, em outras palavras, vai-se descobrindo a dor quase sempre implícita ao amante.

Ainda assim, ela a deixa sob nossa responsabilidade. Seus ensaios terminam onde a dor começa.  A Amanda poeta é introspecta. Perde-se com olhar no meio do tempo, olhando, obviamente, para dentro. Algumas vezes somos capazes de vê-la através do corpo, enquanto ela ainda se distrai com a própria lama de poeta. Mas é breve o momento. Amanda, que já se pode um sem o mesmo tanto de outro, ainda se gosta mais prosa do que verso.

“Sozinho no quarto Maurício, sentiu algo morno e úmido vazar-lhe dos olhos, estes que a tanto temera. Tentou encarar seu reflexo na janela, mas tinha medo do que veria. Sandra abriu vagarosamente a porta, como que não quisesse interromper o espetáculo, ficou alguns minutos fitando a imagem transmutada de Maurício no vidro e, em um único gesto desgovernado agarrou-lhe as extremidades do queixo, levantou aqueles olhos febris em direção aos seus e disse soluçante:...” (Autismo)

“Na vaga de tuas coxas resta ainda um cheiro
Resquício da poesia mal acabada
Do fomento de delírios tão desconexos 

Você me diz de pernas escancaradas que o amor não existe
Que o alento não vale mais que o desafeto
Que o carinho não incita mais que o álcool’’
(Mãos vazias)

“Ele inspirava fundo e segurava forçadamente a expiração para que as lembranças perdurassem dentro de si e para que jamais se perdessem junto com o vento. Mas, por mais que tentasse, em algum momento ele tinha de soltar todo aquele ar que agarrara e então as memórias se esvairiam como perfume na atmosfera.’’ (O poeta e a prostituta)

Amanda Simões Fernandes nasceu São Paulo, numa manhã extremamente fria de junho de 1994. Estudante prodígio, com 10 anos escreveu seu primeiro livro de poemas Chave da minha infância nunca publicado. Ganhou depois de 2004 diversos concursos literários e decidiu reunir suas melhores crônicas e poemas em um livro inédito. Atualmente dedica-se à literatura e à Poesia, além da leitura de grandes pensadores e autores clássicos, e prepara-se para ingressar na faculdade de direito.

Serviço:

Muita Prosa Pouco Verso
Amanda S. Fernandes

Scortecci Editora
Prosa
ISBN 978-85-366-2344-3
Formato 14 x 21 cm 
108  páginas
1ª edição - 2011

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