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A SEREIA DE TUPÃ / Davambe

Em A Sereia de Tupã, Davambe conta a história de Zilda, uma jovem sensível que deixa o país na época da ditadura militar e vive por  algum tempo em Moçambique, como cooperante. A personagem passa por diversas experiências, que vão do sequestro por um bando guerrilheiro até o retorno ao Brasil, quando conhece o amor de sua vida, ironicamente um moçambicano vivendo há anos no país.

E todas elas servem de pretexto para o autor discorrer sobre assuntos variados, criando uma interessante ponte entre a América do Sul e a África. De forma bastante espontânea, aproveita as oportunidades que a ficção lhe dá para falar de temas atuais (como a busca por uma vida saudável e a gravidez na velhice) e outros que devem ser objeto de reflexão, especialmente por parte de governantes e educadores, quando aborda manifestações culturais como a congada e a língua portuguesa. O livro ainda se compõe de uma segunda parte, “Outras histórias”.

Nela Davambe faz alguns experimentos literários curiosos, seja reescrevendo trechos da história principal, sob a ótica de novos personagens, seja usando as fábulas com animais para uma crítica bastante lúcida à vida corporativa, como se chamasse a atenção de Tupã, o Deus do Trovão, que promete felicidade a seus filhos queridos.

À noite Zilda estava sem sono e inquieta. Pediu à amiga que contasse uma história para ela dormir.
–Por favor, conta mais uma, só esta noite.
–Pode ser pela última vez?
E Mariana pôs-se a contar uma fábula para acariciar a alma da amiga...

Era uma vez uma galinha-d’angola que botava dois ovos por dia e multiplicava sua família de forma espetacular. A notícia chegou à vizinhança e todos queriam saber como ela tinha tanta energia para isso. Mas não foi só a boa gente que se fartou de admiração. Havia lá uma raposa faminta que nem esperou o mensageiro terminar de falar e foi procurar a galinha dos dois ovos diários.
“É muita comida”, pensava a Raposa enquanto caminhava ao encontro da Galinha.
Mas a Raposa passou longe, muito mais longe do local, perdeu-se e andou dois dias a mais. Até encontrar um caçador faminto. O caçador ficou tão alegre quando viu a Raposa! Apontou a arma e disse:
– Parada aí! Sabia que ia encontrar comida.
O caçador se preparou para atirar...

Naquele momento, Zilda soltou um ronco tremendo que tirou as palavras da boca de Mariana. Ela parou de contar, sua amiga dormia profundamente. Tratou de levantar-se e cuidar de outros afazeres. Pouco havia. Restava restabelecer a energia, tinha que dormir como criança e roncar como adulta, como Zilda. Ali ninguém se importava com o ronco. Havia uma preocupação maior com os ataques de forças inimigas.

Davambe nasceu em 1959 em Maputo, capital de Moçambique. Mora em São Paulo, Brasil, desde 1982, e é autor dos romances Tanto Lá Quanto Cá e O Segredo da Felismina.
www.davambe.com.br

Serviço:

A Sereia de Tupã
Davambe
Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-85-366-2516-4
Formato 14 x 21 cm 
128 páginas
1ª edição - 2012

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