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AMOR E POESIA / Marcos Antonio Frota

Amor e Poesia cuida de manifestações da paixão humana por excelência – portanto, um bom motivo para ser lido. O livro é simples. E não podia ser de outro jeito. O autor é diletante, sem apego à correntes literárias. E mais não precisa ser dito para diminuir o abismo impertinente que o separa do leitor. Além disso, evita-se o arriscado trabalho da dissecação de formas e de sentidos de versos despojados de pretensões, que apenas querem existir.

Sem contar que anatomia assim não deve ser feita pelo próprio autor. Sobre a decomposição de poemas, certa vez, ouvi dizer que versos do eminente Manuel Bandeira se parecem com nocturnes e nuages de Debussy, e que neles é inconfundível o fundo de tragicidade beethovenianda. Senti-me constrangido por não desfrutar do privilégio de apreciar esses importantes fenômenos. Mas acredito neles. Tratando-se de poesia creio em muito mais, como se pode inferir das divagações sobre os limites da arte poética, na introdução deste livro.

É cheia de esperanças a ideia de que aos poetas, assim como aos pintores, tudo é permitido. Mas pergunto: por que não estender tal prerrogativa aos críticos literários e aos leitores? De fato, nesse andamento, confesso que do mar sereno e agitado da poesia pressenti excentricidade que nada fica a dever a nocturnes e nuages. Isso ocorreu ao ouvir que, quando se chega aos átomos, a linguagem só pode ser usada como na poesia (Niels Bohr). Essa incerteza, que junta pessoas e coisas tão distintas como Heisenberg e Drummond, e como movimento de partículas e palavras, faz suspeitar que a poesia é pro-clamadora de liberdade e parte dos pilares sociais: a literatura como sustentáculo de território livre (eis no que dá certos exercícios).

Essas coisas e outras mais – amostras das possibilidades dos poemas – parecem ser da subjetiva e suntuosa transcendência natural da poesia, implicando ideias e intenções do leitor (eis no que dá certos exercícios). Por fim, o escritor – reconhecendo a primazia da imaginação, sem negar força aos resquícios das experiências, pois tudo que é posto exerce efeito – canta a paixão, o gozo e o padecimento dos amantes – desolado, pois o remédio para o amor é a coisa amada, e está fora de seu alcance. Por fim, ao leitor, parecem mais seguros os próprios pensamentos.
Marcos Antonio Frota

Marcos Antonio Frota é cearense de Ipueiras. Publicou os romances: O senhor do tempo, O punhal de Spinoza, O pintor de calçadas, e o livro de contos O bar do Ulisses – uma confraria de pescadores.

“...Na fria madrugada
um dia
eu esperei na beira da estrada
pra ver a vida passar
A vida passou
passou e eu não vi.
Vi só e sozinha estranha fada
que se pôs a sorrir e a dançar
em voltas belas
e mais fácil era quedar à espera
ajudando o encanto com meu canto
pois havia tanta poesia
e a vida era a sublime esfera
do correr do dia
que nada seria
sem a fada alegre da poesia

Ouça ... veja ... e sinta poesia
a alma da arte.”
(trecho de A poesia, segundo Marcos Antonio Frota)

Serviço:

Amor e Poesia
Marcos Antonio Frota
Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-2678-9
Formato 14 x 21 cm 
136 páginas
1ª edição - 2012

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