O LAVRADOR DO ALTO DA SERRA / Darci Queluz Martins
José Onofre é um lavrador misterioso e solitário, que habita uma casa de pau-a-pique no meio da selva lá no alto da serra. A alguma distância dali, há um pobre vilarejo cuja população é formada, principalmente por mulheres e crianças, pois os homens com idade ou força para trabalhar, migraram para longe. Estamos entre 1981 e 1982, período de ditadura militar no Brasil.
Esta vila escondida entre as serras do sudeste do país, é escolhida por alguns poderosos daquele tempo, para a construção de um galpão que teria como função armazenar materiais que deveriam ficar em segredo. A partir do momento em que os construtores do galpão chegaram à vila, a vida de José Onofre e das mulheres se alteraram significativamente.
Violências de vários tipos ocorreram: mulheres surradas, brigas entre peões da construção e habitantes da vila, um saque no armazém que atendia a população local, um incêndio desastroso que alterou ainda mais a vida de todas as mulheres... e o único amparo para todas elas era o enigmático José Onofre, o lavrador que semeava tanto nos campos e montes quanto nas almas daquelas pessoas aflitas. O contraponto a este personagem foi a repórter da capital, Ana Paula, que apareceu na região determinada a desvendar todos os mistérios que envolviam José Onofre.
Foi quando uma pequena luz ondulante, lá no cume do morro queimado pelo incêndio lhe chamou a atenção. Alguém caminhava com um lampião aceso seguido por uma estranha figura. Fixou bem o olhar e observou, incrédula, que uma árvore seguia um homem. Ficou confusa por algum tempo. Sua mente recusava-se a acreditar no que via. Não era possível. Devia ser uma ilusão de ótica. Coçou os olhos para ver melhor.
A árvore continuava a seguir aquele homem. Ela notou que ele fazia gestos, como o de alguém que semeia alguma coisa pelo chão. Lembrou-se da máquina fotográfica que não estava ali com ela.
– Que droga! – pensou. Tomada por uma mistura de medo e satisfação, correu até a casa onde estava alojada. Tentando fazer o menor barulho possível, foi até seu quarto, pegou a máquina fotográfica e voltou o mais rápido que pôde para registrar aquela estranha cena. Chegou a tempo de bater algumas fotos, pois eles logo desapareceram na escuridão da noite quando algumas nuvens eclipsaram a lua.
Darci Queluz Martins nasceu em Piquete, estado de São Paulo, em 28 de dezembro de 1951. Passou a infância e a adolescência na cidade vizinha, Lorena. Em 1973 transferiu-se com a família para Guarulhos. Graduado em Geografia pela FIG, foi professor dos centros educacionais do SESI de Guarulhos. Lecionou em escolas da Prefei-tura Municipal de São Paulo e na Rede Estadual de Ensino. De volta a Lorena, após vinte e três anos, foi professor do Colégio Gênesis, do grupo Pueri Domus. Após concluir sua pós-graduação em Gestão Educacional pela UNICAMP, lecionou nas Faculdades Salesianas Teresa D’Avila, nos cursos de Pedagogia e Biologia. Atuou também, durante treze anos, como coordenador da área de Geografia da Oficina Pedagógica da Diretoria de Ensino da Região de Guaratinguetá, onde se aposentou. Em 2002 publicou a novela A Rosa Amarela; em 2006, o romance Os Delírios de Soiríl; e em 2012, o livro de poemas Canções de Travessias.
Serviço:
O Lavrador do Alto da Serra
Darci Queluz Martins
Scortecci Editora
Literatura
ISBN 978-85-366-3784-6
Formato 14 x 21 cm
128 páginas
1ª edição - 2014
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