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ENCANTAMENTO / André Luiz Leite da Silva

Encantamento... O título deste livro trata de um assunto que, como observador, vejo em todo lugar... as pessoas estão sob efeito de um analgésico, estão ENCANTADAS. O encantamento é quando foi colocado para dormir, mas precisa de certo grau de dormência; caso contrário, perde-se o sujeito... Encantar alguém ou deixar-se encantar por algo é muito comum nos dias de hoje, dias de “luzes”, de “sons”, e com as “luzinhas” e os “sonzinhos” vamos nos deixando enganar... pois é isso, deixamo-nos enganar... mas gostamos, queremos, pedimos, quase que imploramos para ser seduzidos... e somos...

“Olhe que objeto maravilhoso... e aquele então... e esse outro...” e vamos nos intoxicando com “coisas” que apenas “enchem” prateleiras, pois logo vem um “mais legal”, mal pagamos um e já queremos outro, e assim nossa alma vai se deixando envolver, adquirindo coisas para “enfeitar” o corpo... e vamos colocando colares e pulseiras, tantos que mal conseguimos ficar de pé... A vida deveria ser vivida, mas não é, há somente encantamento para todo lado que se vê... estamos tão gordos, obesos, que mal conseguimos andar... As coisas “bacanas” que compramos o tempo todo de “luzes e sons” são narcóticos... causam dependência... fazem com que fiquemos escravos de nós mesmos e trabalhemos feito condenados, o que, aliás, já somos... Precisamos acordar deste sono profundo, dar um basta, viver nosso momento com pessoas, tocar nelas, conversar com elas, sentir suas presenças, sentir o calor que elas emitem... Somos humanos... muito humanos... Precisamos acordar...

Nasci em uma cidade pequena no interior de São Paulo chamada Itararé, hoje com aproximadamente 50 mil habitantes. Terra de pessoas humildes, onde conhecemos boa parte delas e elas também nos conhecem... Casei-me em 1987 com uma moça chamada Joana Marcela. Tivemos quatro filhos: Nathália, Marcella, Gabriella e João Paulo. O casamento traz uma nova dinâmica à vida da gente e faz com que aceleremos o processo de maturação do espírito. A duras penas aprendi... Com os filhos crescendo, o corre-corre ficou mais intenso, estudar tornou-se um “luxo”, pois os filhos viraram prioridade. Algum tempo depois, já passado dos quarenta, entrei para a faculdade de Filosofia e me graduei. Gostaria de ter continuado, mas o trabalho policial é muito estressante e estafante, ouvir pessoas o dia todo é bastante cansativo, parece que cada um que entra leva um pedaço de você, e por isso chego em casa muito esgotado... Sou bem-humorado e levo “na boa”, no entanto o corpo muitas vezes não acompanha a mente... De tanto ouvir e observar as pessoas passei a escrever o que penso sobre elas. Assim nasceram as crônicas que adoro escrever... Tenho uma imagem, sento para escrever, transformo aquela imagem em letras, dou um formato poético e depois coloco moldura e penduro na parede... é isso... O processo de escrever a imagem é inspirativo, sei o que quero mas não sei como vou escrever ou que palavras usar, não sei o que vai acontecer na linha de baixo, somente acontece... Não é um processo inconsciente, mas depois que escrevo olho e digo: “Não fui eu quem escreveu”. Na minha mente apenas surge uma palavra que, em silêncio, não me deixa dormir: ESCREVA. Então... obedeço... senão ela não me deixa sossegado.
André Luiz Leite da Silva

Serviço:

Encantamento
André Luiz Leite da Silva

Scortecci Editora
Crônicas
ISBN 978-85-366-4205-5
Formato 14 x 21 cm 
208 páginas
1ª edição - 2015

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