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PEIXE PAPIRO / Beatriz H. Ramos Amaral

Qual é a investigação poética de Beatriz H. Ramos Amaral que tanto nos atrai em Peixe Papiro? Para mim, é instigante vivenciar suas afirmações como “tudo é espiral neste começo” ou suas indagações como na “hipótese de concha e tempo” ou em seu pedido “que a luz teça a hipótese da sílaba”. Hipóteses poéticas que são experimentadas por meio de seu labor com a palavra, em complexas e belas homenagens à língua, como “no portal de anáforas um guia de vírgulas enrubesce a língua”.  A poesia de Beatriz fala também de interlocuções responsáveis pela extremamente densa trama de sua rede de criação sob a forma de citações como em Latência: “na cauda de um/compasso, em seu lance de dados”, além das belas homenagens a Olga Savary, a Augusto de Campos e a Haroldo de Campos, seus tão respeitados amigos. Ao mesmo tempo, não dá para deixar de acompanhar com atenção o modo como a poeta se relaciona com a natureza. Convivemos com a poesia tirada dos musgos, mares, riachos, lagos e peixes. Na “pera escrita sem moldura como fruta”, vivemos sensações semelhantes à potência da estaticidade das frutas com moldura de Paul Cézanne. Enquanto que, no lindo poema sobre a Matéria, Beatriz vive a incansável busca pela essência, que me fez lembrar a angústia de Alberto Giacometti diante de suas limitações em seu modo de conhecer o mundo: a total impossibilidade de ver algo como se nunca tivesse visto antes.
Cecilia Almeida Salles - Professora Titular do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica – PUC-SP  - Coordenadora do Centro de Estudos de Crítica Genética – PUC-SP

BEATRIZ H. RAMOS AMARAL - Paulistana, poeta, contista, ensaísta, já publicou treze livros, entre os quais Encadeamentos, Primeira Lua (col. com Elza A. R. Amaral), Poema sine praevia lege (finalista Prêmio Jabuti de Poesia, 1994), Planagem, Cássia Eller: Canção na Voz do Fogo, Alquimia dos Círculos, Luas de Júpiter, A Transmutação Metalinguística na Poética de Edgard Braga, Os Fios do Anagrama (Prêmio e Troféu Literatura 2017). Formada em Direito (USP) e em Música (FASM), é Mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP (2005) e foi finalista do Prêmio ANPOLL 2008. Tem publicado dezenas de poemas, contos, artigos, entrevistas, resenhas e ensaios em vários jornais e revistas de literatura, cultura e arte e também jurídicas, em vários estados brasileiros, na Argentina e em Portugal (Caliban, Folha de S. Paulo, Folhinha, Mallarmargens, Eutomia, Ângulo, Germina, Musa Rara, Justitia, Revista dos Tribunais, Archivos Del Sur, Revista da Biblioteca Mário de Andrade, Revista da Academia Paulista de Letras, O Escritor, Revista de Artes e Ideias, Linguagem Viva, Projeto Conexões Atlânticas, entre outras). Como coordenadora e idealizadora, realizou projetos na Secretaria Municipal de Cultura, Centro Cultural São Paulo, Biblioteca Mário de Andrade, Casa das Rosas e em casas de cultura. É palestrante no Brasil e exterior sobre sua produção e sobre a obra de Edgard Braga. Recebeu diversos prêmios pela atuação jurídica e literária, entre os quais Prêmio Literatura 2017, Mulheres que Tecem o Mundo (2016), Premio Internazionale di Poesia Francesco de Michelle (Caserta, Itália, 2006) e Melhor Arrazoado Forense (1991 e 1992). Pertenceu ao Ministério Público de São Paulo por três décadas. Atualmente é Diretora de Publicações do Movimento do Ministério Público Democrático, Diretora do Departamento Cultural da APMP (Associação Paulista do Ministério Público) e Assessora Especial de Cultura da ABMCJ (Associação Brasileira das Mulheres de Carreiras Jurídicas). Também integra a UBE-SP (União Brasileira de Escritores), a REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras) e o Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público.
www.beatrizhramaral.com.br

Serviço:

Peixe Papiro
Beatriz H. Ramos Amaral
Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-5764-6
Formato 14 x 21 cm 
96 páginas
1ª edição - 2018

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