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UMA PEQUENA FÁBULA / Valdemir Augusto Pereira

Um estranho grupo de expedicionários, depois de uma longa e árdua viagem ao encontro de uma besta mitológica que está devastando sem piedade muitas aldeias daquelas cercanias e que vem se aproximando perigosamente de onde moram, ao retornar se depara, com tristeza e pesar, com o trágico fato que havia se aplacado sobre a amada aldeia, que, juntamente com seus habitantes, fora devastada, salvando-se apenas uma jovem fêmea, encontrada sob os destroços muito ferida e assustada. A sobrevivente conta-lhes todos os detalhes do terrível acontecimento, descrevendo a besta como um ser humano de feições malignas dotado de enormes asas negras, possuidor de garras afiadas como as de uma pantera e presas tão grandes quanto as do tigre-dentes-de-sabre. Logo todos partem para a aldeia vizinha, onde se veem numa tremenda enrascada ideológica com o líder do local, Uraculuz, um pretensioso, arrogante e inconsequente tirano que, no desenrolar da história, descobre o quanto fora tolo em seus atos, gestos e pretensões. Depois de muitas dificuldades com esse sujeito, Ursuluz, o herói de nossa história, consegue organizar uma nova expedição e saem mais uma vez à caça da tenebrosa criatura. No meio da viagem se deparam com um bosque encantadoramente belo. Fascinado com o lugar, Uraculuz resolve desistir da expedição e retornar para a aldeia, a fim de anunciar o seu plano de transferi-la para o bosque, que recebe o sobrenome de encantado. Depois de muita discussão com Ursuluz, que defende a ideia de prosseguirem, o inconveniente líder o vence numa votação e em poucos dias o vale encantado passa a ser o novo lar daquelas estranhas e pequenas criaturas. Mas os mistérios desta história não param por aqui, pois alguns dias mais tarde são surpreendidos por uma inusitada visita: um gnomo. Na realidade o verdadeiro morador e zelador do lugar, conhecedor e detentor de poderes incríveis, como a levitação. Este lhes conta a sua longa saga até chegar àquele paradisíaco lugar.  Espantados, descobrem que o gnomo também fora vítima da besta. O medo, a revolta e o desejo de vingança dos recém-chegados vêm à tona novamente e decidem que o melhor mesmo seria eliminar, de uma vez por todas, o feroz animal alado. Mas o gnomo não pensa como eles e diz que o melhor para todos seria deixar tudo como está. Com suas calmas palavras, tenta mostrar-lhes que todo o mal que viam, na verdade, habitava o interior de cada um e que era projetado como um filme na parede para acreditarem que tudo se passava fora, e não dentro de si mesmos, como, erroneamente, pensavam, se materializando, assim, na horrenda criatura. Suas palavras, com o apoio de Ursuluz e de seu filho, Ursolino, não foram bastantes para convencer e conter as ideias e a fúria dos outros membros.
Augusto, 01/11/2010

Nascido no município de Jales (SP), em 21 de setembro de 1962, Valdemir Augusto Pereira viveu em Magda, uma pequena cidade agrícola do interior do estado de São Paulo, até os quinze anos de idade, quando se mudou para a Capital com toda a família. Nessa grande cidade, trabalhou em muitas empresas antes de ingressar no serviço público, em 1986. Estudou Filosofia na Universidade São Judas e Psicologia na Uninove. A maior parte dos seus livros foi escrita nas dependências do Centro Cultural São Paulo, nos dias de folga e após o seu expediente de trabalho. Entusiasta da filosofia, amante da cerveja e apreciador amador de vinhos, Augusto, como gosta de ser chamado, veio de uma família simples, constituída de sete irmãos, sendo quatro homens e três mulheres. Ao contrário dos irmãos e demais membros da extensa família, não tem nem segue nenhuma corrente religiosa, pois acredita que todas as religiões trazem, em si, um único propósito, que é o de educar e mostrar-nos o caminho certo a seguir, permitindo-se, por esse motivo, ficar bem à vontade para discutir sobre qualquer questão pertinente a essas correntes do pensamento. Não se constrange ao ser visto entrando ou saindo desses templos, trazendo consigo somente o que julga ser necessário para os seus estudos. Aprecia, como um verdadeiro cristão, as parábolas de Cristo e cita-as sempre em suas conversações. Usa com frequência a parábola do joio e o trigo, “a outra face” e a máxima dita na cruz, momentos antes de morrer: “Pai, perdoe-os, pois eles não sabem o que fazem”, para contrapor os seus adversários de debates filosóficos. Quando não, também as aplica dentro dos próprios templos aos religiosos ao perceber incoerências nos estudos e pesquisas apresentados por estes, ajudando-os a fortalecer a fé e o conhecimento, além de enriquecer o seu implacável existencialismo. Gosta de música, filosofia, literatura, dos seus filhos e de livros, do cultivo de bonsais e da mulher que outrora fora a sua grande parceira nas suas questões filosóficas. Considera esses hábitos e sentimentos sua legítima religião.

Serviço:

Uma Pequena Fábula
Valdemir Augusto Pereira

Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-65-5529-907-6
Formato 14 x 21 cm 
228 páginas
2ª edição - 2022

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