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COMPÊNDIOS / José Carlos Fagundes

O distrito do glorioso São Pedro de Alcântara de Barra Velha foi criado pela Lei provincial nº 510 de 27 de abril de 1861, e sancionado por ato da Presidência da Província de Santa Catarina em 10 de agosto do mesmo ano, como pertencente à cidade de São Francisco do Sul. Em face da Lei provincial nº 795 de 05 de abril de 1876, Barra Velha foi incorporada ao município do Paraty, desligando-se e voltando a distrito de São Francisco pela Lei nº 931 de 02 de abril de 1881. Pela Lei nº 958 de 13 de novembro de 1882, o distrito foi anexado novamente ao município do Paraty.

Em setembro de 1896, através do projeto nº 41 aprovado no congresso representativo republicano, Barra Velha foi elevada à categoria de vila, com a denominação de “Vila da Firmeza”. Em 1923, com a supressão do município do Paraty, Barra Velha voltou mais uma vez à condição de distrito de São Francisco. Em 25 de maio de 1925 houve a mudança da sede da intendência municipal que passou de Barra Velha para São João do Itaperiú. Já em 1926, o distrito de Barra Velha estava sob a jurisdição político-administrativa do recente município do Paraty, que se emancipou definitivamente.

Nessa época todo o acesso terrestre ao distrito era extremamente deficitário, as estradas não passavam de caminhos rústicos, picadas abertas no meio do mato. Basicamente todo o fluxo de mercadorias e comunicação era feito por embarcações de cabotagem que intermediavam o comércio da região, com os portos de São Francisco, Joinville, Itajaí e Paranaguá. A pesca artesanal na orla e a produção de farinha de mandioca e açúcar no interior se constituíam nas principais atividades econômicas. Em 1943, pelo decreto Lei nº 941, do interventor Nereu Ramos, o município do “Paraty” passa a se chamar “Araquari”, Barra Velha continua na condição de distrito.

Em 1956, pela Lei Estadual nº 271 de 03 de dezembro, foi criado o município e em 22 de dezembro do mesmo ano toma posse o primeiro prefeito, Francisco Genaro Cardoso, que governou até 06 de maio de 1957, quando Barra Velha voltou a ser distrito de Araquari. A emancipação definitiva ocorreu em dezembro de 1961, quando, pela Lei nº 778, foi criado o município de Barra Velha, tendo sido nomeado para prefeito o senhor Thiago Aguiar. Em 1963 é realizada a primeira eleição para  a escolha do prefeito do novo município, quando foi eleito pelo voto direto Bernardo Aguiar, que administrou Barra Velha até 1968. Em 1990 ocorreu o desmembramento parcial do município com a separação de São João do Itaperiú que se emancipou, ocasionando dessa forma a redução territorial da cidade, que tem hoje uma área de 142 km².

José Carlos Fagundes trabalha da Rede Pública Municipal e Estadual de Barra Velha. É licenciado em história pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e pós-graduado em Interdisciplinaridade pela Universidade de Joinville (Univille). Como historiador tem se dedicado a pesquisa e ao resgate da história do Município de Barra Velha e Região. Em 1996 foi responsável pela elaboração de projeto que previa o mapeamento dos sítios arqueológicos de Barra Velha, que foi realizado pela equipe do museu de sambaqui de Joinville. O trabalho tinha como objetivo inventariar, caracterizar e localizar o acervo arqueológico da cidade. Em 2001 passou a pesquisar e obter informações sobre a eclosão de um “Movimento Messiânico” que ocorreu no interior de Barra Velha em 1926. Sobre o tema que teve repercurção nacional, chegou a publicar artigos em jornais e na 5ª jornada de pedagogia “Linguagens Artísticas: Construções e processos na educação” (anais), que foi editado em forma de livro pela Univali em 2005. Em 2002 passou a transcrever a memória da técnica artesanal das “Fiandeiras de Tucum” da comunidade de Itajuba. O respectivo resgate lhe deu visibilidade em âmbito estadual, oportunidade em que a “Epagri” lhe convidou para a produção de um documentário. O vídeo de 7 minutos mostra aspectos da cultura de Barra Velha, como a tradição de fazer fios a partir das folhas do tucum, que eram utilizados na confecção de utensílios de pesca, como espinhéis tarrafas e redes. O resgate promoveu também o trabalho artesanal de dona Maria Alves, que no dia 24 de setembro de 2009, foi agraciada com o prêmio “Açorianialidade” conferido pelo Nea (núcleo de estudos açorianos). No mesmo ano passa a desenvolver estudos sobre a obra e a biografia do fotógrafo alemão Frederico (Fritz) Hofmann, que conseguiu registrar com suas rudimentares lentes, o processo de fixação de imigrantes alemães no vale do Itapocu, no início do século XX. Parte deste magnífico acervo, ainda desconhecido, estava em poder de alguns de seus descendentes e coube ao professor o trabalho de restaurar e torná-las de conhecimento público. Mais recentemente o material fotográfico foi cedido a “Promotur” de Joinville para a edição da “71ª Festa das Flores”, cujo tema comemorava os 180 anos de imigração alemã em Santa Catarina. Os méritos do acervo e a biografia do fotógrafo foi creditado ao historiador. Parte das fotografias de Fritz Hofmann foram utilizadas para ilustrar o documentário “Imigração Alemã em Santa Catarina: 180 Anos de Lutas Determinação e Progresso”, cuja produção foi subsidiada pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e pelo Funcultural.
Em 2007 participou de um projeto desenvolvido pela prefeitura municipal de Barra Velha e Caixa Econômica Federal, que previa a fixação de placas de sinalização histórica nos principais pontos turísticos da cidade. José Carlos Fagundes foi responsável pelos enunciados e as imagens em cada uma das placas. Em 2007 contribuiu para a denominação “Parque Caminho do Peabiru”, que é a primeira área de preservação ambiental da cidade. No mesmo ano foi um dos colaboradores do livro “Perfil Cultural e Turístico da Cidade de Barra Velha”, que foi publicado pela Glück Edições Ltda.
Em 2009 passou a fazer o levantamento da historiografia do sinistro do vapor Pedro II e o naufrágio do 47º corpo de voluntários da pátria da província da Paraíba na orla de Barra Velha em 1865. Posteriormente passou a levantar informações sobre os sobreviventes do navio cargueiro americano “Richard Casvwell”, o afundamento do submarino alemão U-513 e a relação com a cidade de Barra Velha. O historiador promove palestras  e durante três anos foi o principal colaborador do Jornal “O Correio do Litoral”. Atualmente José Carlos Fagundes escreve para o jornal “Folha Parati”.

Serviço:

Compêndios
Fragmentos para a História de Barra Velha
José Carlos Fagundes

Scortecci Editora
História
ISBN 978-85-366-3733-4
Formato 14 x 21 cm 
200 páginas
1ª edição - 2015

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