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CRÔNICAS ESCOLHIDAS / Ramiro Esdras Carneiro Batista

Crônicas Escolhidas: do existencialismo ao escrevinismo - (...) Seriam tais escritos reflexo do pós-modernismo poético? Não se sabe. Mas há de se ver que os recuos para constituir o desenredo torna Ramirez um prodígio de contares fotográficos e recortados. Michel Pollak em seu Memória, esquecimento e silêncio (1989) nos explica os objetivos da construção da memória coletiva e subterrânea para que possamos verificar os seus efeitos históricos, dialéticos e sociais.

Dentre os efeitos, destacam-se a doutrinação ideológica, as lembranças que são confinadas ao silêncio e permanecem vivas por meio das narrativas que passam a analisar os fatos, de certa forma, como resistência numa sociedade civil impotente, e que o discurso dos narradores se opõe ao excesso de discursos oficiais. Curiosamente, percebemos nas crônicas que há também as lembranças das relações (inter)pessoais e críticas adequadas à inobservância dos desmazelos sociais, que, algumas vezes, recobram também ideais, como se verifica em “Fidel e eu”.
 
Da angústia dos passadiços dias a característica do transitório, desvelam-se os pseudos segredos de uma memória infartada de subjetividade e leituras, muitas (faço minhas as do autor), dos homens em condizível comportamento humano. Não raro, a falta de especulação que disside ao excesso de imaginação, beirando a translucidez da narrativa onírica, aquela mesma proposta muitos textos atrás por um Amadis espanhol, ou um Cervantes descambriolado, e até mesmo um Joyce pontuado. Novamente, recorro a Menard de Borges: por especulação pura e simples, quereria nosso Esdras em questão ter um herói sem heroína ou cavaleiro sem cavalgadura, no qual cenário é o sertão de si mesmo?
Mariana Janaína dos Santos Alves

Ramiro Esdras Carneiro Batista é montes-clarense de nascimento, mas passou a maior parte de sua vida em Januária, extremo norte de Minas. Escreve desde criança, mas nunca ousou publicar o que chama de “meus desvarios”. Lusófono inveterado, Esdras tem no existencialismo e no intimismo os fundamentos de sua escrita. Declara que nunca publicou, ganhou ou concorreu a nada, mas no limiar de suas quatro décadas de existência – com um pé dentro e outro fora da cova – o desejo de escolher e publicar algumas de suas crônicas e contos veio à tona.

Carlos Roberto Gonçalves, nosso Carlos Moreno, é januarense da gema. Começou a desenhar ainda criança e aos 7 anos de idade já se destacava artisticamente. Autodidata e polivalente, Moreno lida com aquarela, nanquim, óleo, computação gráfica, charges, caricaturas e cartuns com a mesma desenvoltura, tendo alguns de seus trabalhos selecionados em salões de arte e humor no Brasil e no exterior. Em 2014, recebeu o título de Acadêmico da International Writers And Artists Association – IWA, nos Estados Unidos. Além de acadêmico do IWA, Carlos também é membro vita-lício da Academia Januarense de Letras. Moreno e Esdras já trabalharam juntos na produção e divulgação da série de aquarelas com motivos regionais Reminiscências e também no documentário Opará.

Serviço:

Crônicas Escolhidas
Ramiro Esdras Carneiro Batista

Scortecci Editora
Crônicas
ISBN 978-85-366-4556-8
Formato 14 x 21 cm 
160 páginas
1ª edição - 2016

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