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VAGALUME - FAROL / Fabio Daflon

Vagalume-Farol é um livro de poemas dividido em quatro partes: Conchas de papel; sobre odorantes e perfumes; fome, guerra e vazio-luz; futuro estreito-largo. Essencialmente, fala sobre vaga-lumes e cupins. Ulysses Guimarães disse certa vez que “A corrupção é o cupim da República”, vaga-lumes são os predadores naturais dos cupins; trata-se então de um livro que versa sobre a difícil sobrevivência dos vaga-lumes, seja pela alteração do seu ecossistema ou pela corrupção. Faróis já existiam antes de serem chamados assim porque foi instalado um aviso aos navegantes na Ilha de Pharos, na Alexandria, a ideia do autor foi a de traçar um paralelo entre os vaga-lumes e faróis e o crescimento e desenvolvimento humano, com suas frustrações e alegrias . É um livro que trata de política, ecologia, guerras, com a intenção de traçar um perfil do mundo contemporâneo e do Brasil, em particular.

De luzes em pisca-pisca há luminoso anelo
entre os pirilampos refugiados
em bosque; silencioso breu de uma floresta
só em seu frio tépido de julho ou agosto

o vaga-lume é fértil e se reproduz
em muitas larvas-lumes de luciérganas,
que é como os espanhóis chamam os fireflies,
que em bando são cantantes como a cigarra;

pirilampos lampejam noite adentro e agora
já não há muito breu de escuridão noturna,
nem silencioso mato em que com sua luz

o vaga-lume possa com cintilações
voar a sós ou em bando pra comer cupins
nas noites sempiternas vivas só em lembranças.

Fabio Daflon continua navegação guiado pelas palavras mar adentro. Desta vez o seu norte é a luz, um Vagalume-Farol que serve de boia no mar revolto da poesia. O poeta nesta obra traz uma cu-riosidade quase jovial para seus versos: uma inquietação de quem se admira com o mundo como se o olhasse pela primeira vez, como pode ser visto nos poemas “Ready-made”, “Infância”, “Constelação”. Há também uma aparente inocência diante do amor, mas que vez ou outra se revela cruel (perversa?) como nos versos de “Hóstia” e “Zona do Mangue”. Porém, nem só de amores vive o poeta. Fabio também mergulha em águas profundas e trata da guerra e dos fanatismos em “Heartland” e “Stop execution stoning in Iran”. Enfim, Vagalume-Farol é um livro de abrangência notável, escrito por um poeta que viveu e vive os problemas de seu tempo.
Vitória (ES), 7 de junho de 2016
Lívia Corbellari - Poeta e jornalista

Médico carioca, Fabio Daflon atuou como pediatra na Marinha e no Ministério da Saúde. É Especialista em Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo. Na Marinha esteve embarcado em navio de guerra. Tem contos publicados sobre situações marinheiras ou marítimas e outros, a publicar, sobre causos médicos. Como poeta Daflon publicou dois livros, Mar ignóbil e Mar sumidouro, este último muito bem aceito pela crítica capixaba. Participou de coautorias e antologias. É autor do romance Vento passado, escrito com seu pai, sobre as aventuras paternas na II Grande Guerra. Seguiu também pela vereda da memória pessoal na obra Estrela Miúda_breve romance infinito_. Publicou seu primeiro livro em 1980, o ensaio Título provisório – o movimento estudantil na Faculdade de Ciências Médicas da UERJ. Vive em Vitória (ES) desde 2005. Atualmente, dedica-se exclusivamente à escrita como ofício.

Serviço:

Vagalume-Farol
A Pulcrocracia dos Vaga-Lumes
Fabio Daflon

Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-4893-4
Formato 14 x 21 cm
208 páginas
1ª edição - 2016

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