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GENOCÍDIO DOS CAIÇARAS / Priscila Siqueira


É oportuna uma nova edição deste Genocídio dos Caiçaras para refletir sobre o passado e pensar o futuro. No caso, o testemunho, num recorte de tempo, do que um regime autoritário e antidemocrático faz com as populações economicamente menos afortunadas. A briga pela posse da terra ainda acontece em muitos pontos desse litoral. A voracidade do capital não deixa em paz as comunidades que insistem em não sair de sua morada ancestral em frente ao mar. Conhecer e compreender a cultura e o modo de ser do caiçara não é simples. Exige, antes de tudo, delicadeza e humildade, e saber compartilhar de suas angústias, especialmente o caiçara de origem centenária, que viveu praticamente isolado nas praias e sertões do Litoral Norte, até que o “progresso”, com seus advogados, máquinas e capatazes, chegou destruindo tudo, suas terras, suas casas, seu dia a dia de pesca, lavoura de subsistência e muitas festas, religiosas e profanas.

Priscila Siqueira talvez seja a única jornalista e ativista social que conseguiu retratar com profundidade e extrema sensibilidade esse período, que, não por acaso, começou nos “anos dourados” da ditadura militar. Um ciclo que ainda não se encerrou, porque o que se perdeu perdido está, e o que restou dessa época continua agravando a vida das novas gerações. Esta terceira edição de Genocídio dos Caiçaras vale tanto pela leitura do passado quanto projeção sobre o presente, visto que o tema continua instigante, ainda incomoda. Mesmo antes de se envolver como jornalista nos conflitos sociais do caiçara, Priscila já atuava em outras frentes pela dignidade humana, pela justiça, em favor dos menos favorecidos. Uma trincheira que ela nunca abandonou. Prova disso são os convites que recebe para dar palestras mundo afora, como uma das principais vozes brasileiras contra a prostituição infantil e o tráfico de mulheres. Digo tudo isso com muito orgulho pois tive, também como jornalista e residente em Ubatuba, o privilégio de conviver com Priscila na época retratada em seu livro, ambas representantes de dois grandes jornais. Com ela, aprendi muito. Juntas, transformávamos nossa indignação em notícia, usávamos nossas credenciais para literalmente abrir porteiras, entrevistar os poderosos. Priscila Siqueira foi e é uma forte inspiração de profissão e vida.
Célia Romano

A paranaense Priscila Siqueira, cinco filhos, vive em São Sebastião desde 1962. Jornalista, é autora de  Tráfico de Pessoas: Oferta, Demanda  e Impunidade (2004), O Sonho de  Julieta (2014) e A Outra Face de Eva (2015), É uma das fundadoras do SOS Mata Atlântica e do Movimento de Preservação de São Sebastião.

Serviços:

Genocídio dos Caiçaras
Priscila Siqueira
Dalmo Dallari (Préfacio)
Scortecci Editora
História de Vida
ISBN 978-85-366-5924-4
Formato 14 x 21 cm 
100 páginas
1ª edição - 2019
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