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RUMO DA TERRA SEM MALES / Jaime Collier Coeli


Chama-se palimpsesto ao papiro ou pergaminho cujo texto foi raspado para dar lugar a outro. Diz-se também de textos sobrepostos a anteriores. No presente caso, o texto em itálico pertence ao Canto IV,90-104, de Os Lusíadas, comumente conhecido como Episódio do Velho do Restelo, que tem, em seu significado original, a característica de ser contraponto ao poema épico, justamente porque não é épico. Nele, Camões, poeta lírico, expõe objeções ao expansionismo português. Essa característica é explorada pelo autor de Rumo da Terra sem Males para designar fatos ocorridos logo após a feitura de Os Lusíadas, de considerável importância na formação da sociedade (e da língua) brasileira.

O bardo logo se cura da crise oposicionista para retomar, no Canto V, o tema central: Estas sentenças tais o velho honrado vociferando estava, quando abrimos as asas... O poema épico, de exaltação a Vasco da Gama, sem dúvida glorifica as letras lusitanas. As brasílicas, mais modestas, cabem com maior conforto no Velho do Restelo, aqui referido como do Rastilho, resumidas no verso de protesto mais ilustre do vernáculo: Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana. Que, indica a História, de fato persiste imorredouro.

Jaime Collier Coeli
Nasceu em 1938, em Campinas (SP). Exerceu o jornalismo em São Paulo, Brasília, Goiânia e Rio de Janeiro. Publicou: Blindagem de Miosótis (contos – 1977), Ei, amor, você também ama a realidade, não ama? (romance – 1983), Síndrome do Anil (romance – 1999), Filosofia sem medo (ensaio – 2000), A saga de Nimuendaju (rapsódia – 2005), Banal-idade (contos – 2014), Ignora(bi)mus contos – 2017), Areeiro & grãos (poemas – 2019).

Serviço:

Rumo da Terra Sem Males
Jaime Collier Coeli
Scortecci Editora 
Ficção
ISBN 978-85-366-6153-7
Formato 14 x 21 cm 
28 páginas
1ª edição - 2020
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