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ARCO-ÍRIS NA ESCURIDÃO / Eduardo Ramírez

Em nossa pátria continental, a população brasileira tem a liberdade assegurada pela constituição para ter ou não ter religião. Em todo o território brasileiro verificam-se várias religiões latentes. Esse fato é para ser comemorado por aqueles que enxergam a riqueza que está na diversidade, na coloração múltipla dos entendimentos e no sabor do diferente. Essa riqueza não pode ser formada apenas por um elemento. No reino mineral, se todos os metais fossem ouro, que valor ele realmente teria? Da mesma forma que o minério de ferro é prioridade na construção de navios cargueiros, o alumínio na aviação e o aço inox nos aparelhos cirúrgicos, as religiões, seitas ou doutrinas também passam a ser específicas, particulares para cada entendimento pessoal. Elas são como janelas abertas ao firmamento interior e exterior, e cada pessoa que abra e contemple a janela que mais lhe traga o que necessita no momento para progredir, ter paz pessoal e viver em harmonia com o meio. As múltiplas religiões que encontramos no Brasil são como cores que formam um arco-íris. Cada nuance de cor representa a expressão da religiosidade individual. O belo está na mistura, na assimetria, no diferente. Não haveria como contemplar a beleza de um arco-íris – manifestação produzida quando a luz solar é refratada, dividida –, se ele fosse monocromático. Nesse livro, busquei contar cinco histórias com uma imagem na cabeça: a de um arco-íris na escuridão, uma luz alva que desce e se dispersa em várias tonalidades diferentes de cores, onde só há sombras.

“– Meu irmão. Diga-nos seu nome?
– Não te dou a liberdade de chamar-me de irmão! Não existem irmãos. Se fôssemos irmãos como poderíamos causar tantas desgraças uns aos outros? Você conhece a nossa história?
– Pode contar-nos?
–Vejo vocês nesse templo estranho. São que tipo de religiosos? Não parecem nem católicos, nem protestantes. Que religião é essa?
– Por favor, pode nos dizer seu nome?
–Atualmente me chamo Desgraça. É como sou conhecido nessas sombras em que vivemos. Mas já tive outro nome, antes de ser brutalmente assassinado. Lembro-me de chamar Jean Pierre...” (Trecho do conto Noite de São Bartolomeu)

“A cabeça pensava tanto e em tantas coisas que Arthur nem sabia mais onde estava. Dirigia por todos os lados de uma Berlim adormecida e fria. As ruas estavam escorregadias e traiçoeiras. É uma situação que requer atenção do motorista e muita concentração para pilotar uma moto...” (Trecho do conto Encontro, desencontro e reencontro)

Eduardo Ramírez é casado, pai de dois filhos, amante das artes e filosofias, e há três décadas vem se dedicando ao estudo das diversas formas da religiosidade brasileira. Atualmente se dedica também a trabalhar como palestrante e professor no Centro Espírita Júlio de Abreu Filho, na cidade de São Paulo.

Serviço:

Arco-Íris na Escuridão
Eduardo Ramírez

Scortecci Editora
Espiritismo
ISBN 978-85-366-6164-3
Formato 14 x 21 cm 
164 páginas
1ª edição - 2020

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