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A FLOR DE LÓTUS E O CALAR DO SILÊNCIO / Lourembergue Alves

Maria Conceição completaria quinze anos de idade. Seus pais, por mais de uma década, planejaram e economizaram para lhe dar a tão badalada festa, o evento-ritual de passagem de menina para mulher. Ela, porém, tinha outro plano. Viajaria, em companhia da tia, para Colônia, na Alemanha, de onde o bisavô saiu em direção ao Brasil. Fugia do nazismo e, ao chegar ao seu destino, deparou-se com o Estado Novo de Vargas. Sobreviveu. Constituiu família. Faleceu sem ter tido tempo para conhecer os netos. Décadas depois, um deles foi perseguido e teve a vida ceifada pela ditadura burocrático-militar. Acontecido que os próprios familiares tentavam não se lembrar. Talvez por temor, vergonha ou sei lá o quê. Certeza, contudo, só tinha uma: o esquecido era parte do vivido pela família. Por isso, não tem como escondê-lo por anos a fio. Uma foto, logo retirada do álbum de fotografias, despertou a curiosidade de Maria Conceição. Curiosa, buscou respostas fora de casa. Visitou museus e arquivos. Passou a ouvir os sussurros do vento da história, até que, um belo dia, o esquecido veio à luz, tornou-se visível, revelou-se bem a sua frente, assim como a flor de lótus, que surge sobre as águas e se abre com os primeiros raios de sol.

Lourembergue Alves nasceu nas cercanias do nascedouro do rio Paraguai, numa região garimpeira. Aos quatro meses de idade, “deixou” Alto Paraguai (MT) e passou a morar em Nortelândia (MT). Cresceu em meio à aventura de homens que procuravam o que não guardaram entre barrancos de cascalhos e córregos, movidos pela esperança de en-contrarem a sorte grande, e mal podiam acompanhar o crescimento de seus próprios filhos. Ele, então, passou a dividir o seu tempo de garoto com o grupo escolar, a Igreja e o campo de futebol. Foi para o antigo Ginásio Gustavo Dutra, em São Vicente (MT). Estudou no Liceu Cuiabano e em São Paulo. Reside, atualmente, em Cuiabá (MT). Articulista do jornal A Gazeta, comentarista político da rádio Vila Real e do programa de TV Opinião (TV Pantanal, canal 22), é estudioso da política e do jogo político e professor universitário. Ocupa a cadeira 6 da Academia Mato-Grossense de Letras, cujo patrono é Francisco José de Lacerda e Almeida. Já escreveu mais de 19 mil textos, entre os quais artigos científicos para revistas especializadas. Publicou contos em antologias diversas. Principais livros solos publicados:
1967: Sublegendas, Conflitos e Quase Impeachment
O Laranja, Camélia e Flores no Jardim
Destituição e Recondução: Os Partidos como Trincheiras e Meios das Oligarquias Locais
Papoulas, Remorso e Sombras nas Gerais
A Cereja, o Sanga e o Pampas
A Sacada: Como Janela Para Olhar o Pretérito
O Rádio no Tempo da Radionovela
Caetanada: Violência e Luta Armada Como Estratégia de Obtenção e Manutenção de Poder
O Último Cruzado da Nossa Colonização

Serviço:

A Flor de Lótus e o Calar do Silêncio
Lourembergue Alves

Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-65-5529-261-9
Formato 16 x 23 cm 
148 páginas
1ª edição - 2021

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