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NA FORMAÇÃO DO ARTE-EDUACADOR / Helio Rodrigues



Reuni aqui alguns textos com a intenção de levar os leitores a uma revisão de valores conceituais e estéticos a respeito da arte e da educação, e assim pensarmos juntos uma arte-educação contemporânea que estimule a reflexão e seja mais comprometida com o desenvolvimento criativo, social, emocional e cognitivo das nossas crianças. Não há como ignorar que a velocidade das informações nos nossos dias tem mostrado mudanças culturais importantes e com visíveis impactos no comportamento infantil e adolescente. Assistimos à tecnologia oferecendo agilidade, rapidez e recursos os mais diversos, no entanto não é uma fonte de sensibilidades e subjetividades capazes de dialogar com questões humanas, como opiniões, dúvidas, ansiedades, medos e frustrações; assim como não é capaz de promover, sozinha, condições cognitivas e seletivas que possam transformar as informações que ela disponibiliza em real conhecimento. Não é também a tecnologia que combate a violência, dilui preconceitos ou facilita a inclusão dos considerados diferentes numa escola; esse poder é da arte. Parceira da subjetividade, facilitadora das analogias e promotora de reflexões, a arte, em qualquer uma de suas linguagens, é capaz de oferecer contrapontos e paradoxos, como: produzir beleza e questioná-la ao mesmo tempo. Questionar o erro e descobrir novos acertos ou, com seu poder promotor de analogias, criar conexões entre fontes de conhecimento formais e não formais que a princípio pareciam tão distantes. Por vezes mais didáticos, por vezes mais conceituais, os textos que dão nome aos capítulos não precisam seguir uma ordem convencional de leitura, assim como não é necessário ser educador ou estar em formação nesta área para que o leitor possa se ver representado entre conteúdos aqui abordados. É meu propósito provocar reflexões sobre o papel que ocupa a arte em nossas vidas e em termos artístico-pedagógicos pensar a qualidade e o tamanho do espaço que ela ocupa no cotidiano escolar de nossas crianças e jovens, além do impacto perigoso que a sua falta vem promovendo nas afetividades e no desenvolvimento humano.

Nenhuma criança quer dar uma função para a arte, certamente essa é uma questão adulta. Para as crianças, as manifestações artísticas só valem quando não restringem a imaginação e podem representá-las. Para os adultos, sugiro que as acompanhem e aproveitem esses momentos para resgatar suas sensibilidades.

Helio Rodrigues é artista plástico e arte-educador. Natural do Rio de Janeiro, Brasil, nascido em 12 de agosto de 1949.
•  Como Arte-Educador:
Em 1968 abriu sua escola de artes em Botafogo, onde recebeu centenas de alunos por três décadas, atendendo a crianças, adolescentes e adultos. Atualmente Helio se dedica especialmente à formação de arte-educadores e à difusão e fortalecimento da arte dentro do sistema educacional brasileiro, através de palestras, publicações, supervisões e debates. É mentor e coordenador dos projetos sociais: Eu Sou, desde 2004, e Asas para o Mundo, desde 2020, projetos que atendem a crianças e adolescentes moradoras de áreas de risco. Em 2017 fundou o Arte Ação Brasil e, em 2021, o Arte Ação Portugal, onde atua como diretor artístico pedagógico.

Serviço:

Na Formação do Arte-Educador
Uma Visão Contemporanêa
Helio Rodrigues

Scortecci Editora
Educação
ISBN 978-85-366-6406-4
Formato 14 x 21 cm
244 páginas
1ª edição - 2023
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