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SOL A PINO O DIZER DE COISAS / Adriano Alves

Agora nos chega este Sol a pino que se mostra desde o início como um livro que se aproxima nos indicando que no dizer de coisas, o espanto vira poesia onde o principal a ser ouvido é o dizer que as coisas dizem. Ora, efetivamente é assim que a poesia trata as coisas do pensamento, do cuidado, do espanto. Percebendo sempre poeticamente que é a partir do dizer das coisas que nos chega seja lá o que for do que seja real. Sol a pino marca, desde seu inicio, um compromisso - o compromisso com o real, em que este é o que diz e o poeta é aquele que é capaz de lhe dar ouvidos, de percebê-lo, de lhe responder, isto é, de se colocar a espreita das questões postas pelo próprio do dizer das coisas. De todas as coisas que dizem o que dizem há uma que responde - a palavra - a chama que não se apaga. Mostrando-se, dizendo-se; dizendo-se, mostrando-se - epifania de um sol a pino, o silêncio que sugere memória na nervura do papel, palimpsesto desconexo, homem sem guia, parca glória onde tudo é pó e vazias venturas de um mapa desprovido, não na coisa por dizer mas no fogo que inicia, um Tânatos desguarnecido. E, devemos compreender definitivamente que aquilo que desguarnece o real, a res, tanto quanto aquilo que o(a) considera, nunca deixa de ser poesia. Adriano Alves, aqui, é sol a pino. Isto é, se faz o dizer das coisas e aquele que o faz deixa que a poesia seja sempre a manifestação do poético, do agir, do real e da realidade. Adriano é poeta e mais - é poeta da linguagem, faz-deixa que a linguagem seja o que ela nunca pode deixar de ser linguagem. O poeta é linguagem de modo próprio, singular, único em sua unidade com aquilo que dizem as coisas. Em Sol a pino, Adriano Alves é. Aí ele se dá em-como poesia; em-como poesia da linguagem e não somente em poesia de uma língua; em-como poesia do que é. Sem maiores ou menores adjetivos o poeta "só" é. O maior testemunho desse modo de ser esta aqui - Sol a pino.
Antônio Jardim - compositor e professor da UFRJ e UERJ.

Adriano Alves é pernambucano, doutor em Literatura Brasileira e teve seu primeiro livro (Poemas de memória: navegação de auto-mar) publicado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em dezembro de 2002. Seus ensaios "A celebração da poesia" e "Da liberdade possível" obtiveram respectivamente menção honrosa especial na Faculdade de Letras da UFRJ e menção honrosa no concurso nacional da FENABB sobre a obra de Jorge Amado. Seu livro Poemas de memória também obteve menção honrosa em concurso promovido pela Faculdade de Letras da UFRJ.

Serviço:

Sol a Pino o Dizer de Coisas
Adriano Alves

Scortecci Editora
Crônicas
ISBN 978-85-366-1337-6
Formato 14 x 21 cm - 80 páginas
1ª edição - 2008

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