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ESPONTÂNEA CLAUSURA / Elaine Rosa Teixeira

Este livro representa a possibilidade entreaberta de sugerir/aguilhoar os sentidos, os sentimentos...“o colorido de sílabas”, palavras, imagens. Entendo com outros olhos mais afeitos aos estudos literários que esta Antologia Poética pinta um novo e fecundo marco na literatura de autoria feminina em nosso País. Com Espontânea Clausura abre-se um leque para “o falar de si mesma”, tão vetado ao público feminino, em outros tempos...Já não se teme mais o risco do cárcere, do anonimato, pois desenha-se, aqui, a palavra livre, tentadora, reveladora/(des)veladora...Pode-se pintar o arco-íris, pode-se rascunhar uma casa com floreiras na janela, pode-se desvelar o pântano, pode-se, tão somente, dar vazão à alma, às emoções, aos sentidos, sejam eles de quaisquer naturezas: masculina, feminina, andrógina e/ou, essencialmente, humana.

As poesias constituintes desta coletânea intitulada Espontânea Clausura são sensíveis, cáusticas e nos fazem lembrar de tantas outras igualmente abrasadoras. Não há como sair incólume após a sua leitura...quase sempre ficamos/estamos e restaremos estarrecidos... e então não invejaremos Cecília Meireles, pois também hemos de morrer de cantar...Assim o é com "Coração Passarinho", "Ragas do Anoitecer", "Borboletas Musicais", "Espontânea Clausura" – poesia que dá título à obra e com tantas outras que, por ora, não estão listadas aqui, mas que permeiam e constituem o universo poético de Elaine Rosa Teixeira.

O título desta antologia também nos faz lembrar, quase homonimamente, que também nós – leitores, em incontáveis momentos, antes casulos, explodimos em borboleta; antes fruto insípido, nos desmanchamos e caímos como os melhores e mais açucarados frutos... antes promessa, hoje realização; antes acordes sustenidos de tristeza, hoje, o tom escancarado da alegria, da alegria recém-descoberta e somente agora permitida/experimentada. O mote das poesias representadas em Espontânea Clausura não é apenas a alegria, quase sempre também resvala na dor, talvez esta seja um de seus ingredientes mais (re)visitados/consumidos... não obstante... em muitos momentos nos faça advertir que, a exemplo do que proferira Lya Luft... "A vida é maravilhosa, mesmo quando dolorida..."

Este livro, por todas as razões já apontadas anteriormente, nos faz sair de nós mesmos, de nosso alvéolo/casulo espontâneo ou forçosamente espontâneo para contemplar o belo, o etéreo. Então, livremente, nos perfilamos, borboletas adejando o universo livre de palavras, sílabas, tons e sentimentos... e já não tememos mais a dor, pois esta, agora transfigurada em literatura, não teme mais as sanções morais e/ou outras. 

Serviço:

Espontânea Clausura
Elaine Rosa Teixeira
Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-1507-3

Formato 14 x 21 cm - 76 páginas
1ª edição - 2009

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