Tel.:(11)93316-7940     WhatsApp:(11)97548-1515

LIVRO ZERO / Edir Augusto Dias

a orelha do livro zero. não ouve - há. é. diz. é uma orelha de dizer. entre. venha ver. o tempo aqui é espaço da palavra. tempo do verso. espaço da poesia. do papel. da tinta. do sentido e, talvez, do não-sentido. a orelha diz: entre. entre as orelhas o miolo do livro. um miolo de poemas. que as orelhas resguardam. como asas. abas. poemas-ovos. livro-pássaro. o que é o poema? o que é a arte do poema?

a orelha pergunta. per-gunta de orelha não cala. o que é o zero? o zero do livro. o zero do poema. a orelha não responde. insinua. alude. porque o espaço da orelha do livro zero é também um espaço zero. espaço do ensaio. espaço do ante-verso. ou do inverso. apela. conclama. diz: venha. o que é o poema? uma forma? um grito? um eco? um reflexo? a arte do poema... arte antiga. tão antiga quanto a palavra. arte de dizer. de calar. de trabalhar silêncios. ritmos. que só são por dentro. arte de “lançar mundos no mundo”. arte zero. aqui, na orelha, o livro zero se anuncia. anúncio. prenúncio. pórtico de entrada. “conhece-te a ti mesmo”. orelha oracular. oráculo zero. orelha zero. nada aqui se canta. para ouvidos. nada aqui se entrega. fácil. nada aqui se permite o gozo lírico impune. o que a orelha diz o livro cala. o que o livro diz a orelha ouve e guarda. cada orelha vive para dentro. vive para ouvir. o que o livro mudo diz. enquanto existir. o que os poemas – em suas palavras – podem dizer. mas, para tanto, é preciso abrir e ler o livro. abra. você tem as chaves. são as tuas mãos. o teu olhar.

o autor-poeta. edir augusto dias tem ainda um pereira como sobrenome. mas, para efeito de publicação, fica no dias. nasceu... viveu... vive. e sobrevive. a poesia é como respira. é por onde respira. a poesia é sua atmosfera natural, seu ecossistema, seu território. toda informação objetiva ao seu respeito só lhe tiraria a realidade. a pura realidade da vida que está nos seus versos. sua formação. sua profissão. sua família. seu lugar de residência. sua foto mesmo. mataria sua imagem que os poemas traduzem inexata, mas precisamente. rigorosamente. o poeta-autor é esse nome. nome próprio de batismo. nome que são palavras que se incorporam no livro como versos desgarrados ou iniciais dos poemas. mais que uma assinatura. o nome é título. quem o conhece o lerá claramente em seus versos, sem precisar de maiores detalhes. quem não o conhece, talvez o veja como é, como poder ser, em cada poema. o resto é ficção.

“Há, nos poemas de Edir Augusto Dias, uma metafísica da destruição, mas que não caminha para o caos, senão para a completude de reconstrução/construção da existência, em que se nega para também por meio da negação se constituir sujeito de história”.

“... o poeta Edir Augusto Dias está a brincar com as palavras, dando-nos o prazer de ler o texto e suas múltiplas significações. Está o escritor a brincar com o corpo da mãe língua, despedaçando-a, desfigurando-a, para que possamos amar esse corpo repleto de possibilidades de cantar a sedução, o ódio, a proposição, a contestação, as saudades que projetam mudanças e excitam-nos diante do mundo”.
Doriedson Rodrigues

Serviço:

Livro Zero
Edir Augusto Dias
Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-2348-1
Formato 14 x 21 cm 
104 páginas
1ª edição - 2012

Mais informações:

Catálogo Virtual de Publicações

Para comprar este livro verifique na Livraria e Loja Virtual Asabeça se a obra está disponível para comercialização

Voltar Topo Enviar a um amigo Imprimir Home