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TEM UM CELTA NA JANELA / Jorge-Arildo


Desenvolvendo intensa noção do sagrado, impregnando de religiosidade o curso da vida, mormente quando, firme e dedicado ao estudo dos paradigmas científicos não convencionais – como aqueles baseados na física quântica e no primado da consciência –, cresceu espiritualmente, indo além do ego. Distinção num personagem com as características da perfeição, Vougan serve de parâmetro a quem busca a evolução como uma janela que se abre para o infinito, onde Platão no cimo do Himeto, Moisés no Monte Horeb e Jesus no Alto das Oliveiras são referências. Viajor em marcha, a solidão o atrai. No recolhimento encontrará condições para despertar e ser conduzido a uma vida mais consciente e real, posto que: – a meditação promove o cérebro mais atento e funcional. Cativante determinação na faina de elevar-se ao caminho da perfeição pelo conhecimento e pela Consciência, nesse cometimento, acrisolou virtudes, notadamente a solidariedade, bondade e caridade. Cabedal para o discernimento, sob o benefício de tão magníficas veras quase não vê limites no seu voo frente àquela janela que o instava a meditar acerca do ontem para melhor compreender o agora. Quanto mais souber, mais amará e mais se elevará! Nessa certeza e na ambição de penetrar as Leis da Criação, organizado e paciente só aspira ao mirado alvo: evolução pelo saber. Abarcado pelo embate da existência, na sua perene tentativa de fazer a perfeita harmonização da sabedoria com o amor, a natureza holística daquele evento de momento amenizava todo o ambiente... 

Pelo estudo e progresso, destacando-se o estímulo ao pensamento como uma das singulares virtudes da Filosofia, é tendência constante dos seres e das coisas para um ideal de perfeição. Eminente e sobranceiro, nobre e transcendente, tem que se tornar perfeito! Visto chegar ao último grau da perfeição intelectual, a caridade e a verdade destinaram aquele homem à perfeição! Na abrasão do polimento – comprometimento em desenvolver e implantar padrões de excelência no comportamento –, sua capacidade de ser virtuoso, apreciando a beleza, elegendo o amor na relação com seu semelhante, alçou-o a Servidor da luz! Agora iluminado, tem a responsabilidade de preservar essa luz. Contribuíram para o cabedal, rutilantes, intensos livros que poderiam ser considerados Patrimônio da Humanidade: o Sermão da Montanha dos cristãos, o Alcorão dos muçulmanos, o Bhagavad Gita dos hindus e os discursos de Buddha. Grande colaboração vem dos Analectos de Confúcio, referência para milhões de pessoas. Notório destaque à Filosofia Espírita que se apresenta monista-espiritualista-criacionista com o advento de O Livro dos Espíritos... O despertamento para a gratidão inicia-se por uma forma de louvor a tudo e a todos, na parceria que lhe inspirou objetivo e proteção, reconhecendo a confiança da Natureza que lhe deu sustento e consolo, pelas experiências vividas na Terra que é o assento de seus pés.

Vigora a relação e a vinculação existente nas três grandezas – Deus, Razão e Natureza – com este empreendedor que decidiu fazer algo difícil e trabalhoso: ei-lo apoiando Deus! de maneira sutil para que melhor se entenda. Na sequência, precisa conhecer um novo Deus, um Deus científico e recriador. Sem, contudo, ambicionar ser Deus, anseia chegar ao Divino, redescobrindo Deus na forma de Consciência Quântica, harmonizando salutarmente corpo, mente e espírito. A partir dessa circunstância, promovendo qualidade de vida, cultivando calma e segurança, frutos da confiança numa Lei superior de justiça e de progresso, melhor se compreende a sua totalidade. Superando a idade dos patriarcas, não invejaria Matusalém – decerto viverá além... Vida e morte formam um binômio inseparável, inato, presente em todos os seres-material-vivos. Nessa certeza o ocaso está próximo, mas a missão há de se notabilizar pelo desígnio de ser cumprida com alegria e boa vontade – que justificaria tal longevidade –, sobretudo quando prosseguiu aproveitando tempo e recursos postos à disposição, trabalhando e servindo no limite das possibilidades, cooperando para a realização do amor e da plenitude. Pela distinta propositura, como se o fora agindo num mundo mais adiantado que a Terra, ganhou força e respeito próprio, resgatando o incondicional amor em sua existência que se fez mensagem. Irremediavelmente, no entanto, se consuma a transitoriedade da vida material e... ficou ali a morrer aos poucos...

Variedades nas situações humanas – graus na virtude e no equívoco –, alegria e tristeza, reveses e êxitos; decepções, desencanto, tudo cooperou, deixando coração e mente abertos às coisas boas. Lutando contra a matéria, superando a exacerbação da sensualidade, sua bagagem de hoje está apoiada num conjunto imponente de fatos, estabelecidos por provas experimentais e testemunhos universais. Nessa operosidade, afrontado por hereges, deparou com apóstatas, infiéis, traidores... Cruzando com céticos, rivalizando com ateus, interagiu com idiotas e loucos... Dominando a desdita terrena, nas lágrimas se viu conduzindo o melhor rumo possível; na ambição maior de se qualificar para mundos mais felizes foi purificado pela dor. No requinte da transformação pelo equilíbrio moral, alvo de seus longos trabalhos, adquiriu três bens imorredouros: SABEDORIA, CIÊNCIA e AMOR. Assim equipado, aparelhado mentalmente passou a ser aceito pela classe da postura e amplitude do discernimento na apreciação das Leis. Recobrou a confiança e foi abençoado com brilhos de fé, esperança e caridade quando, porfiando no bem, transferia sorrisos, amparo e dedicação. Terna contribuição para recriar um mundo melhor, sensibilizar foi sempre seu objetivo. Pregou apaixonadamente a teoria do perdão irrestrito. Incentivou repartirem o pão... Para o ambicionado aprimoramento fez do conhecimento poderosa arma que o conduziria à divina sabedoria, colhendo aquilo que já semeara em toda a jornada evolutiva. Na direção dessa fonte, para que a alcançasse, liberando e usando o estado de Consciência, amor fora o único caminho. Dispondo a vida a serviço do amor – cuja posse liberta para sempre dos renascimentos e dá norte, franqueando acesso à vida celeste –, pleno e jubiloso passou a ser um apóstolo verdadeiro, penetrando com ardor as veredas das ciências e das artes, subindo de claridade em claridade. Munido de elevado sentimento de luz interior na ação moralizadora que se propôs, sensíveis os resultados: conquistou a paz! Em harmonia com a Natureza, como prócer deste amor incondicional, fez-se filho da luz... Espírito sensível e engajado, os costumes e as religiões, os lugares e os povos, os países e as gerações, as circunstâncias e o tempo, operaram nele catarse. A civilidade foi sua maior crença, a Humanidade, sua grande família; o Universo é seu lar. Seu povo fez sua história... Reto por excelência, comungando dos ideais produzidos pela mentalidade celta, deve compartilhá-los com todos, pois é àquela sociedade que o homem deve os benefícios da existência, os proveitos do progresso, mormente os calcados na Lei moral que é imutável, indefectível, destinada aos demais povos, em todas as eras. Por força desta índole, guardou a perspectiva das alegrias futuras, imperando sempre o respeito, entendimento e solidariedade. Assim, nas tarefas de benevolência e humildade, habilmente consolou e reanimou, persuadindo pelo exemplo, procurando anular o orgulho, cobiça, ambição, ódio, vaidade e suas consequentes ações nefastas de desamor, vingança, destruição... Quereria mais abraçar as boas causas, embalar sonhos transferindo sorriso e cordialidade. Acenando com tal possibilidade, exerce a prece que auxilia... Ama, consola; trabalha! 

Lutas inglórias que só o amor pacifica arrojaram o lidador na caminhada: – Vivera para os outros... Para o cabedal que se descortina, sua anterioridade estua nessa janela. Mérito ou merecimento, como prova, desfruta do antegozo que o futuro lhe reservaria. Na expectativa do momento, insulando-se para o evento, na meditação se acomoda. Começava a espera... Atuando como uma vela, a vibração acentua a luz: ei-lo! comunicando ao Universo sua presença, invocando energias salutares. Pela compaixão elevara-se espiritualmente, mas... o Justo sente que o termo está próximo. Com a Consciência desperta, tomado pela felicidade que vem de dentro, agradece a dádiva que essa vida lhe daria. Por ora no esplendor espiritual, mergulhado nas cogitações íntimas se demora: reminiscências e reflexões àquela janela tudo se explica, se esclarece, se compreende... Daqui a pouco desembaraçado do obstáculo carnal, quisera ter dado mais valor do que títulos efêmeros às obras do amor e desvelo, consagrando-se com isso na posteridade além da História. Plácido e contemplativo, Vougan espera a morte chegar...

Serviço:

Tem Um Celta na Janela
Jorge-Arildo
Scortecci Editora 
Espiritualidade
ISBN 978-85-366-5846-9
Formato 16 x 23 cm 
252 páginas
1ª edição - 2019
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