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MOSAICO DO TEMPO / Antonio Mourão Cavalcante


É preciso pisar no mosaico do tempo. Mourão – é assim que ele gosta de ser chamado – sentou-se inteiro na velha cadeira de balanço e nela, com a cumplicidade do “seu” tempo, escreveu os versos de Mosaico do tempo. Ainda sentado na cadeira de balanço remoeu-se – corpo e memória – na prática do exercício ímpar pela vida. Foi na experiência de “longas caminhadas” que teceu o mapa de navegante que compõe as lembranças deste pequeno livro de reminiscências. Impossível determinar o quanto cada pedaço de vidro do seu mosaico ilustra e compõe o desenho poético. Caleidoscópio? Ou a força das luzes – do lado de lá, do lado de cá – e tantas outras sombras da própria memória que se movimentam no arco das flechas. Há quem diga que “da infância” o melhor é a grandeza de tudo. Vejo distâncias – fragmentos de tempo algum – e percebo – no conjunto da sua obra – “proximidades” nas cercanias do coração valente. Isso explica o quanto o laser do tempo é veloz em pontuar o seu alvo. “A vida nos entrega e nos faz absolutamente iguais.”

Se o tempo fosse pedaços, poderíamos chamá-lo 
De passado, presente e futuro. 
À medida que juntamos os anos em nossa existência, 
Percebemos que tudo é uno. E essa síntese, sendo sincrônica, 
Assusta, move e comove. 
Fica algo redondo. Sistêmico. Razoavelmente compreensível... 
Segredo e sabedoria dos mais velhos, 
Conhecemos o ontem, o hoje e o amanhã. 
Muitas histórias humanas, com um colorido 
E uma sintaxe que parecem veros. 
Vira um Mosaico do Tempo. 
Caleidoscópio e invenção. 
Flerte com o eterno e a Luz... 

No mosaico – agora também espelho – sol e reflexos, luz e imagens, bipolaridade que explica presente, passado e futuro. Conjunto de suas frações, conjunto de sua melhor verdade. Foi ainda, no período contínuo no qual os eventos se sucedem, que li e reli o seu livro. Belíssimo! Nós poetas somos metidos em escolher do nada o que nos chama, o que nos faz gostar e pronto. Em “Presságio” encontrei o dito que nos fala parecendo até feito para os nossos ouvidos.
“Será que precisa pensar tão diferente? E dói!”
Não há despedida, não há inocentes no melhor das histórias sobre discos voadores, homem pisando na Lua, Beatles e canibais do amor. Em “Varal da vida” tudo exposto: emoções ao vento, intimidades reveladas, peças enfileiradas... Tudo espalhado aos que passam. Mourão – foi Filho, Pai e Avô – na guarda das boas e derradeiras memórias. Isso explica o quanto precisamos pisar no mosaico do tempo para que a vida continue acontecendo em nós e nos que seguem adiante. Sempre alerta!
João Scortecci

Serviço:

Mosaico do Tempo
Antonio Mourão Cavalcante
Scortecci Editora 
Poesia
ISBN 978-85-366-5913-8
Formato 14 x 21 cm
72 páginas
1ª edição - 2019
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