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CONTOS 2019 / Pedro Franco


Em seu décimo livro de contos, Pedro Franco, escritor que transita também por outros gêneros, como crônicas e teatro, oferece uma seleção de 27 textos, alguns deles merecidamente premiados em concursos, inclusive no exterior. Nesta coletânea apresenta-nos temas para todos os gostos e põe em prática toda a sua habilidade no fazer literário, mostrando que é mais que um contador de histórias – excelentes histórias, diga-se!

Entretanto, a temática diversificada (inclusive abordando assuntos atuais e oportunos) e o bom domínio das técnicas da escrita (reconhecido pelas premiações obtidas pelo autor) não seriam virtudes se Pedro Franco não conseguisse também mexer com a emoção de seus leitores. Há textos que nos fazem pensar, rir, chorar, querer debater com outras pessoas, não dando chance à apatia nem à indiferença diante da leitura. A que mais um escritor pode aspirar?
Paola Mariz

“Era Semana Santa, já tinha comprado o material necessário durante a reforma do segundo andar, estoquei-o e pude sem atropelos fazer as alterações que me interessavam. Foi uma arte, uma brincadeira, tipo aventura de velho. E descia de madrugada, acendia a luz da segunda sala, que não era vista da rua, e ficava lendo, às vezes até às seis. Trazia confortável cadeira portátil. Uma vez me fixei n’As aventuras do Sr. Pickwick de Dickens e os ditos de seu Sam Weller, o cocheiro, quase me fizeram ser apanhado com a boca na botija.” (Sebo Gávea)

“De fato, tinha feito uma entrega errada e nunca mais voltou ao lugar onde tinha nascido. Mulato claro, cabelos lisos, usava óculos pretos, camiseta vermelha, bermudas floridas e sandálias. De filme na TV adotara o traje. O medo era tanto, depois da entrega errada, que na primeira barbearia, depois que fugiu do morro, cortou o cabelo com máquina zero, jogou os óculos fora, comprou calça jeans, tênis e camiseta branca. Agora sem dinheiro e com menos medo, foi para o Vidigal.” (Do morro do Borel a uma noite em Olaria) 

“Deoclécio fazia seu serviço sem valorizá-lo, sem cacarejar dificuldades ou feitos, fato que contraria a maioria dos mandos da mídia nos atuais dias. Era pouco conhecido no banco, não ganhou prêmios especiais, tão em voga agora, e foi sempre um servidor modesto, eficiente e exemplar. E o relógio nunca parou com ele? Uma única vez.” (O vigia da noite) 

“Ao ler a carta, Plácido pensou em matar Vera. Tudo o que tinha passado de ruim naquele casamento, onde entrara com amor e só tivera decepções, veio à tona. Percebeu logo que matar estava fora da sua natureza. Sua vingança seria feita por intermédio de sua arte, pensou.” (O último vernissage) 

Livros do autor

Contos
1. Verona, 1961. 2. Elas, 1981. 3. Petrópolis: Junqueira & Nogueira, 1993. 4. Se alguém rir, paro de falar, 1999. 5. Ao mesmo tempo, 2002. 6. Dezessete contos premiados (em primeiro lugar), 2004. 7. O lapso, 2011. 8. Da Sapucaí ao Caju, 2013. 9. Eróticos, ou quase, 2016.

Crônicas
1/2/3. Conversa com o paciente I (1981), II (1984), III (1986). 4. Casario e outras crônicas, 2008. 5. Mamãe, eu e a Bol, 2016.

Teatro
1. Dona Carmen, o Visconde de Nova Friburgo e o Asa Negra, 2008. 2. Que é Letícia?, 2009. 3. Teatro de Pedro Franco, 2017.

Ensaios
Ensaios de Pedro Franco, 2017.

Participação em 177 coletâneas ou antologias.

Serviço:

Contos 2019
Meu décimo livro de contos. Se valeu, ou não, editar, só os leitores dirão. 
Pedro Franco
Scortecci Editora 
Contos
ISBN 978-85-366-5990-9
Formato 14 x 21 cm
156  páginas
1ª edição - 2019
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