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TEMA E VARIAÇÕES / José Carlos Manço

Com o rosto visivelmente afogueado, retornou Wandeberto à sua fala em voz de falsete, “É sempre assim, os pais pensam que educaram bem os filhos e depois ficam surpresos quando descobrem que um deles está preso pela ameaça à ordem instituída, estamos vendo isso a toda hora.”
“Não sei os nomes dos que me torturaram, foi lá na delegacia de polícia, me torturaram a noite toda, apanhei na cara, levei choque elétrico, mas o pior foi no ouvido, me aplicaram o ‘telefone’ (...)”.
(…)  à noite a menina pobre morreu. A boneca sem braço permaneceu ao lado do corpo magro da menina morta.
“Não é pra saber mesmo, doutor, Dionésio sempre falava que depois de morto é tudo igual, não precisa saber onde está enterrado cada defunto, ‘o sem-nome de um é o sem-nome de todos’ (…)”.
Depois de se dedicar por muito tempo à audição das diversas gravações das Variações Goldberg, de Bach, o professor aposentado decidiu que deveria fazer algo semelhante com as Trinta e três variações sobre um tema de Diabelli, uma das mais significativas composições da fase de maturidade de Beethoven (…).


Poucos dias depois do golpe de 1964, José Aurelino recebe a inesperada visita do enigmático  e instigante C, momento que marca a introdução ou “tema” da narrativa. O restante do texto obedece à estrutura de “variações” que, no conjunto, compõem complexo mosaico onde estão mesclados, sem delineamento de fronteiras, momentos de rememoração e outros arquitetados pela imaginação, como “memórias inventadas”, estendendo-se por um período de quase cinco décadas. Na intimidade do lar, o pacato professor encontra na música o convite que o leva a refletir sobre a vida familiar e as atividades da carreira acadêmica, em episódios marcados pelos diálogos com Marina, afetuosa e firme companheira, e com dois outros personagens, o misterioso C e o jovem e perscrutador gato amarelo. A busca obsessiva pela compreensão do significado mais profundo de duas composições musicais na forma “variação”, as Variações Goldberg, de Bach, e as Variações Diabelli, de Beethoven, conduz o personagem central da trama a uma conclusão surpreendente.


José Carlos Manço
Vive em Ribeirão Preto (SP), cidade onde nasceu em 19 de março de 1936. É médico formado em 1962 e professor titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Este é seu segundo livro publicado fora da área acadêmica.

Serviço:

Temas e Variações
José Carlos Manço

Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-85-366-3085-4
Formato 14 x 21 cm
252 páginas
2ª edição - 2013

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