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AS AFLIÇÕES DE ABELARDO / Augusto Weber

“No bairro da Tijuca, na fralda da montanha, numa casa simples, morava Jairo, o venerado amigo de Abelardo. Nos momentos mais difíceis, lá estava ele com o coração aberto como o leito de um rio a abrigar a água provinda de seu nascedouro. Havia mudado recentemente para aquele lugar. Tinha como companhia os seus livros e o cachorro Satiam, um cão amável e fiel companheiro de seu dono. Jairo era uma pessoa prestativa, benevolente e de alma grande. Naquele recanto, que mais parecia um paraíso, se refugiava do mundo e das pessoas. No alto da floresta havia um lugar de sua preferência, onde todos os dias se dispunha a meditar e a contemplar. Sentava-se com as pernas cruzadas, os braços abertos e as mãos espalmadas para receber os bons fluidos que minimizariam as dores do corpo e da alma. Naquela chácara, se distraía a cuidar do gado e de um pequeno rebanho de ovinos. Durante os meses de novembro a janeiro, tosquiava o rebanho inteiro na esperança de que a lã rendesse dividendos complementares para levar adiante uma vida simples, mas com bastante conforto. Todas as manhãs o discreto pegureiro saía a pastorear o seu rebanho. Verificava detidamente se os carneiros e as ovelhas estavam doentes ou com necessidade de pequenos cuidados. Não havendo nenhum problema, ajuntava-os no estábulo para comerem uma ração de boa qualidade. Dir-se-ia que era feliz naquele lugarejo sombrio.”

As Aflições de Abelardo, de Augusto Weber, é um romance de época que tem como espaço o bairro boêmio incrustado no centro da Cidade Maravilhosa. A história se passa no período de tempo compreendendo os anos de 1929 a 1938. É quando a Lapa atinge a sua plenitude e na sequência o seu apogeu, antes da decaída. O texto retrata a efervescência dos cassinos, dos cabarés e dos bares frequentados por Abelardo e outros personagens que compõem o enredo desta história. É neste ambiente que se materializa a história da paixão de Abelardo por Ariadne e faz com que os dois se unam por meio do casamento de amor. O desassossego de Abelardo nasceu quando nasceu nele o espírito filosófico que tudo quer compreender numa relação de causa e efeito. Começou a refletir sobre o amor apaixonado, tema deste livro, e quis saber o porquê de sua união com Ariadne. Não compreendia o porquê daquele amor e daqueles beijos. E a busca pelas respostas quadruplicou suas dores e angústias. Se os leitores desta obra compreenderem o que aconteceu com Abelardo, compreenderão o que pode ter acontecido consigo mesmos. Portanto, está feito o convite para que os leitores mergulhem, com profundidade, neste pequeno oceano de palavras, misto de fantasia e realidade de um tempo que passou. Creiam que a alegria virá porque a leitura nos permite conhecer o que não foi conhecido e visitar o que nunca foi visitado. Eis a medida exata para o regozijo de todos nós.

José Faria Nunes, jornalista, professor (aposentado) de Direito e de Economia e Mercado no ensino médio. Graduado em Direito e em Jornalismo, pela UFG. Pós-graduado lato sensu em História do Brasil, Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, pelo IPEMIG e Faculdade Batista de Minas Gerais. Membro da Alesg, Aclemod, AML, IHGG, UBE-GO e da LALB-RJ. Autor de 12 livros, entre eles A Reprise (romance), Um Rosto Miscigenado (contos), Plantio (poemas) e A História Dentro da História (memória biográfica).

Serviço:

As Aflições de Abelardo
Augusto Weber

Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-65-5529-963-2
Formato 14 x 21 cm 
196 páginas
1ª edição - 2022

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