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ALMANAQUE / Arlindo Marques



Almanaque, um vocábulo tão sonoro quanto prosaico, que dá título a singelas publicações. Livretos que já tiveram dias de glória em ambiente familiar, como mais acessíveis e céleres fontes de pequenos conhecimentos ou curiosidades. Numa pesquisa despretensiosa, as citações mais comuns atribuem ao termo almanaque origem árabe. Seria um derivativo de almanack. E o significado da palavra sarracena encontra outras tantas variações. Para alguns, pode-se entendê-la como “a conta”. Há também quem compreenda como “o lugar onde os nômades se reuniam para rezar e contar as experiências de viagens ou notícias de terras distantes”. E, para não estender a prosa etimológica, temos a tradução concisa — e livre — que redunda em “calendário”. O fato é que, mais do que um livro pautado pela cronologia, variações climáticas e lunáticas, oscilações astrológicas ou astronômicas, o almanaque é, sobretudo, aqui pelas bandas ao sul do Equador, um compilado de informações e curiosidades dos infinitos temas e segmentos de interesse global. Sim, pode haver efemérides, fases da lua, previsão do tempo, breves enunciados científicos. Mas nele as anedotas, as amenidades, quem sabe até o fútil — que não é de todo inútil —, convivem em plena harmonia. Essa última versão é a que inspira a obra aqui apresentada. O almanaque eclético, livre de convenções, isento de lastro científico. Uma coletânea de pensamentos, inventos, lamentos, momentos, entremeados pelo humor, pela dor e pelo amor. Mostras da genialidade humana, recordações históricas, símbolos de nossa existência. Razão e emoção. Data venia, senhores leitores, o almanaque em questão pede licença também aos precursores do termo, deixando o tempo e a conta de lado. Assim, para o melhor consumo deste livro, inicie a leitura por qualquer página. Saboreie a liberdade do folhear aleatório.
Edson Renato dos Santos - Jornalista

Pinheirense de nascimento, Arlindo Marques conta que na infância teve dois lares: o grupo escolar Alfredo Bresser pela manhã e a rua de terra, Ferreira de Araújo, à tarde, onde, descalço, jogava futebol e bolinha de vidro, rodava pião, empinava papagaio, subia em árvores e brincava de Tarzan. Em junho, nas festas de São João, as mais queridas e aguardadas, havia fogueiras, balões, pipoca, bolo de fubá, batata-doce assando nas brasas das fogueiras e pinhão. Naquele tempo balões não eram proibidos e disputava-se para ver quem fazia os maiores, os mais coloridos, com lanterninhas acesas penduradas e variados formatos: almofadas, pião, careca de padre, bola, zepelim, mexerica etc. Para as crianças nada era tão emocionante como ver a mágica de um balão subindo ao céu e aos poucos transformar-se numa estrela e desaparecer. Passada a infância, veio a adolescência e as responsabilidades, a primeira namorada e o primeiro beijo, cursinho para fazer vestibular, estudos e mais estudos. Prestou vestibular em Uberaba (MG) para Medicina e Odontologia. Tendo ouvido da mãe o conselho: “Forme-se dentista, meu filho, pois é também uma linda profissão”, formou-se cirurgião-dentista em 1962 pela Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro. Passados sessenta anos, dá graças a Deus por ter seguido o conselho de sua querida e saudosa mãe. Em 1980 fundou a Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) — Distrital de Pinheiros e foi eleito presidente por aclamação por duas gestões. Em fevereiro de 1987 assumiu o cargo de Diretor do Museu de Odontologia de São Paulo (MOSP), vinculado à APCD estadual, tendo seu mandato se encerrado em 1990. De 1994 a 1998 foi diretor do Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo (IMOSP). Reinaugurado em 2002 em nova sede, o IMOSP é considerado um dos mais bem montados e com o mais rico acervo odontológico do mundo. Escreveu, em parceria com o amigo Carlos de Barros, o livro A Dança das Máscaras; com os colegas Odette Mutto e Reinal Brito e Dias, escreveu um resumo histórico dos 100 anos de realizações da APCD-Central, praticamente um apanhado do desenvolvimento da odontologia paulista em um século.

Serviço:

Almanaque
Arlindo Marques

Scortecci Editora
Almanaque
ISBN 978-85-366-6490-3
Formato 16 x 23 cm
316 páginas
1ª edição - 2023
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